Foto: Reprodução @mfriasoficial

A viagem de secretário de Cultura do governo federal, Mario Frias, de cinco dias para ver o lutador Renzo Gracie em Nova York somou gastos equivalentes a 13 vezes o teto da Lei Rouanet para cachês de artistas. Conforme dados do Portal da Transparência, foram gastos R$ 39 mil para tratar de um “projeto cultural envolvendo produção audiovisual, cultura e esporte” com o lutador de jiu-jítsu bolsonarista. Por que este encontro não foi virtual?

Enquanto isso, na terça (8), o governo federal oficializou uma série de mudanças nas regras para o financiamento de projetos culturais pela Lei Rouanet. A instrução normativa alterou os valores que podem ser pagos aos artistas com recursos da Lei e o limite de cachês de artistas caiu de até R$ 45 mil para até R$ 3 mil por apresentação. A mudança brusca trouxe ampla indignação no setor cultural nesta semana.

O governo federal vem reforçando nos últimos anos um ataque ao campo da cultura em repetidas tentativas de descredibilização com uma narrativa mentirosa de “artistas que mamam nas tetas do governo”, somadas ao desmonte completo das políticas culturais construídas com ampla participação do setor. Entretanto, ao que parece, quem vem usando o Estado para benefícios próprios são os ministros e secretários de Bolsonaro, caso de Mário Frias, que agora também estuda uma candidatura à Câmara pelo Rio de Janeiro.