O MST divulgou uma nota, sábado (07), denunciando ameaças contra as cerca de 1.200 famílias do Acampamento Marielle Vive!, em Valinhos. O movimento afirma que milicianos vinculados a empresa de segurança privada da fazenda ocupada têm disparado tiros em direção ao acampamento, além de soltarem rojões e xingamentos para intimidar as famílias, que ocupam a área desde o dia 14 de abril.

Lideranças do Acampamento estão preocupados, pois nesta semana as ameaças se intensificaram. Para o MST, isto mostra o desespero da empresa Eldorado Empreendimentos Imobiliários, dona da fazenda, que teve sua solicitação de reintegração de posse suspensa pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) desde o dia 3 de maio e que foi ratificada pelo Ministério Público do Estado no dia 27 de junho em parecer favorável para o Acampamento Marielle Vive!.

“As famílias sem terra lutam para a realização da Reforma Agrária nesta fazenda improdutiva e denunciam a imobiliária na região. Também exigem aos poderes públicos a garantia do direito fundamental ao acesso à água potável, direito esse negado pela prefeitura municipal”, informa em nota.

Constante alerta

Enquanto a situação judicial do Acampamento Marielle Vive! não é definida, as famílias que estão morando no local vivem em constante alerta, fortalecendo a organicidade que garante a segurança coletiva dos acampados.

A área está localizada na Estrada do Jequitibá, em uma região que chama a atenção pelos diversos condomínios de luxo. Segundo Célia Santos, coordenadora estadual do movimento, a área ocupada pelos sem terra seria utilizada para a construção de um novo condomínio com aproximadamente 1.200 lotes. “Esta terra está há décadas improdutiva sem cumprir sua função social, por isto ela deve ser destinada a reforma agrária”, diz.

O Acampamento foi ocupado por famílias da região de Campinas e se tornou o maior acampamento do MST no Estado de São Paulo. “A vida na cidade – com o emprego precarizado e o aluguel alto – é insustentável para estas famílias. Queremos mostrar que a reforma agrária é uma solução na questão da moradia, emprego e renda. Aqui eles terão espaço para produzir alimentos orgânicos, comercializar e criar seus filhos em um lugar saudável”, destaca Célia.

Por enquanto, o Acampamento vive de doações, mas muitas famílias já começaram a fazer as suas próprias hortas. O alimento é servido gratuitamente para todos. Na cozinha, são preparados mais de 30 kg de arroz por dia, acompanhados de feijão, salada, legumes e outras misturas. As verduras e legumes chegam de assentamentos do MST no Estado e o restante dos alimentos são na maioria de doações. A maior dificuldade está sendo o acesso a água potável, visto que a Prefeitura de Valinhos se recusa a garantir esse direito fundamental.

 

Foto: Mídia NINJA

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