Em relação ao ano passado, que haviam sido 1.166 focos, a alta foi de 96% (Vinicius Mendonça/Ibama)

Maio não costuma ser o mês com mais incêndios florestais, mas desde 2004 não se via um cenário tão preocupante. O pico normalmente ocorre em agosto e setembro, no meio da estação seca, mas segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), neste ano foram registrados 2287 focos de incêndios florestais. Há 18, foram 3.131 incêndios florestais. Em relação ao ano passado, que haviam sido 1.166 focos, a alta foi de 96%.

Da WWF, Mauricio Voivodic disse à DW que com o governo Bolsonaro o país tem enfrentado um aumento de incêndios florestais e desmatamento. Ele disse que Bolsonaro está “ignorando a ciência, e o Brasil pagará um preço pesado no futuro”. E que o cenário pode se agravar “se o Congresso insistir em aprovar medidas do Executivo que fragilizem ainda mais a preservação do meio ambiente”.

De acordo com especialistas, a maioria destes incêndios são em decorrência de queimadas agrícolas em áreas desmatadas ilegalmente. Eles avaliam que a tendência é que a situação piore nos próximos meses e que o número de incêndios florestais volte a subir após a trégua de 2021, quando o número de focos caiu 37% em relação a 2020.

O cenário para o Cerrado também não é favorável. O Inpe registrou 3.578 incêndios, um aumento de 35% em relação a maio de 2021 e o número mais alto para um mês de maio desde que os registros começaram, em junho de 1998.