O presidente Luiz Inácio Lula da Silva viaja hoje a Washington com o objetivo de apresentar ao presidente Joe Biden a proposta da criação de um clube da paz para o conflito Rússia e Ucrânia, além de propor medidas para recolocar nos trilhos as relações do Brasil com os Estados Unidos, que ficaram tensas durante o governo de extrema direita de Jair Bolsonaro.

Lula, 77 anos, que tomou posse há pouco mais de um mês para iniciar seu terceiro mandato, será recebido na tarde de sexta-feira (10) por Biden, 80, na Casa Branca.

A Casa Branca indicou que serão discutidos “o apoio inabalável dos Estados Unidos à democracia no Brasil” e “os desafios comuns” dos dois países, assim como “a mudança climática, a segurança alimentar, o desenvolvimento econômico, o reforço da paz e da segurança e as migrações regionais”.

“O principal elemento a destacar dessa visita é seu caráter político, a simbologia de ocorrer logo de início do mandato do presidente Lula”, afirmou nesta terça-feira à imprensa Michel Arslanian Neto, secretário para a América Latina e o Caribe do Ministério das Relações Exteriores.

“É uma oportunidade para um encontro entre os dois líderes, para ter um contato pessoal, importante para dar um impulso e uma direção à relação”, acrescentou Neto, ao citar um “calendário de trocas da visitas” a ser elaborado.

Em janeiro, o presidente Lula (PT) falou sobre a ideia de se criar um “grupo de países” para encontrar uma solução e determinar o fim da guerra entre Rússia e a Ucrânia. A declaração foi feita durante a visita do chanceler alemão, Olaf Scholz, no Palácio do Planalto.

O encontro entre os dois chefes de estado também citou a importância da China na construção das propostas de paz.

“A minha sugestão é que se crie um grupo de países que tentem sentar à mesa com a Ucrânia e a Rússia para encontrar uma solução de paz. E o Brasil vai se esforçar. Já falei com o [presidente francês, Emannuel] Macron, com o [chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, vou falar com o presidente [americano, Joe] Biden. Depois, vamos procurar outros presidentes para conversar sobre a ideia de criar esse grupo”, disse Lula.

Conflito Rússia e Ucrânia

A guerra na Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro de 2022, já dura mais de 300 dias e completará 1 ano em 2023. Russos e ucranianos realizaram 4 rodadas de negociações no ano passado. Mas nenhuma reunião resultou em um consenso entre os 2 países.

Foto: reprodução/shutterstock

Em 23 de dezembro, Putin afirmou que o país quer o fim da guerra na Ucrânia.

“Nosso objetivo não é girar o volante do conflito militar, mas acabar com esta guerra. Vamos nos esforçar para acabar com isso, e quanto mais cedo melhor”, disse o líder russo se referindo ao conflito pela 1ª vez como uma guerra e não uma “operação militar especial”, disse.

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