Com 57 milhões de votos, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se tornou o candidato à Presidência da República mais votado na história do Brasil

Lula em ato na Avenida Paulista neste domingo (2). Foto: Media Red

Por Mauro Utida

“Quem teve a vitória que tivemos, seguramente a aumentará no segundo turno”, analisou o petista nesta segunda-feira (3) em reunião com a coordenação de sua campanha e com líderes dos partidos que formam a Coligação Brasil da Esperança, em São Paulo.

Neste domingo (2), Lula obteve 57 milhões de votos no primeiro turno e se tornou o candidato à Presidência da República mais votado na história do Brasil.

Ele concorrerá o segundo turno com o candidato a reeleição Jair Bolsonaro (PL) que obteve 51 milhões de votos. Na eleição deste domingo (2), o petista obteve 48,1% dos votos válidos, ante 43,4% do candidato da extrema-direita.

O candidato petista ressaltou ainda que, mesmo liberando bilhões e bilhões de reais de forma eleitoreira e usando o orçamento secreto para favorecer seus aliados de forma criminosa, Jair Bolsonaro acabou rejeitado pela maioria da população brasileira.

“60% do povo brasileiro rejeitou o atual governo. Rejeitou nas eleições. É importante lembrar que é a primeira vez que alguém que exerce o cargo de presidente perde no primeiro turno. E vai perder muito mais feio no segundo porque a nossa distância vai aumentar”, garantiu.

Crescimento no Congresso Nacional

Mesmo com o crescimento da extrema-direita nestas eleições, o resultado para a esquerda precisa ser comemorado. Na Câmara dos Deputados, a federação formada por PT-PCdoB-PV ampliou a sua bancada em 17%, passando de 68 para 80 deputados.

O grupo de esquerda formado por um total de 129 deputados terá a missão de fazer frente ao Centrão – formado por Republicanos (42), PP (47), PL (99), PSD (42), Patriota (4) e PTB (1) – que cresceu 7% e terá 235 deputados.

A bancada do PT também cresceu no Senado, de 7 para 9 assentos, com a esquerda ganhando mais dois assentos. Lembrando que nesta eleição, estava em disputa apenas 1/3 das cadeiras do Senado. Quem mais perdeu assento no Senado foi o Centro (PSDB, PROS, PSD, MDB) que encolheu em 7 cadeiras.

A composição do Senado ainda depende das disputas do segundo por cinco senadores para o governo dos seus estados. Em quatro casos, a vitória do senador levará à posse de um suplente de outro partido.

Governo do Estado

Em relação as eleições para governador, o PT foi o partido que mais elegeu governadores no primeiro turno, foram três: Fátima Bezerra foi reeleita no Rio Grande do Norte, Rafael Fonteles venceu no Piauí e Elmano de Freitas no Ceará.

O partido ainda tem chance de vencer em mais quatro estados no segundo turno: Bahia, Sergipe, Santa Catarina e São Paulo.

Em São Paulo, o estado mais importante do Sudeste e do país, o partido vai disputar o segundo turno com o ex-prefeito da capital paulista e ex-ministro Fernando Haddad contra Tarcisio de Freitas (Republicanos).

Na Região Sul, em Santa Catarina, o ex-deputado federal Décio Lima vai enfrentar o senador Jorginho Mello (PL).

No Nordeste, o partido disputa o governo da Bahia, com Jerônimo Rodrigues, e em Sergipe com o atual senador Rogério Carvalho. Jerônimo disputará com ACM Neto (União Brasil). Já, Rogério Carvalho enfrentará o candidato Fábio Mitidieri (PSD).

Virada nos municípios

Na votação nos municípios, Lula virou em mais de 600 municípios que tinham votado em Jair Bolsonaro (PL) em 2018. Em compensação, o candidato a reeleição virou em só 24 municípios que eram petista, isso quer dizer que Bolsonaro perdeu em 24% dos municípios vencidos em 2018.

No primeiro turno da eleição anterior, o candidato da extrema-direita foi o mais votado em 2.850 municípios brasileiros, número que caiu para 2.191 em 2022. A queda mais expressiva foi no Sudeste.

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