Por Kaio Phelipe

Agreste, longa-metragem escrito por Newton Moreno e dirigido por Sérgio Rozenblit, foi lançado no último dia 6 de setembro, no 27° Festival Cine PE. Na obra, o protagonista trans é interpretado por um ator cisgênero, Aury Porto, enquanto Léo Moreira Sá, ator transmasculino, vive personagem sem nome.

A discussão sobre o transfake, prática de artistas cisgêneros que ignora a existência e o trabalho de pessoas trans e fortalece os estereótipos na arte, já foi bastante discutida dentro do audiovisual brasileiro. Não há justificativa para que tal violência continua sendo perpetuada.

O CATS – Coletivo de Artistas Transmasculines emitiu uma nota de repúdio através do Instagram, com o intuito de acabar com essa prática que causa impacto negativo na vida de pessoas trans e travestis. Para contar histórias sobre corpos trans, é indispensável que os contratem. Confira trecho da nota publicada:

“A prática do transfake e a falta de artistas trans em produções artísticas causam impacto real na vida de todes nós, não apenas pela limitação/impedimento de nosso acesso ao mercado de trabalho, mas também por perpetuar ao grande público estereótipos distorcidos que deturpam nossas experiências de vida. Somos sempre retratades como enganadores, anormais, hiper sexualizades, marginalizades, pessoas que servem ao riso, perpetuando uma visão falsa de nossas identidades, quando, na realidade, as verdadeiras distorções estão na visão e nas representações cisgêneras.

O texto dramatúrgico homônimo de Newton Moreno, que serviu de base para o longa-metragem AGRESTE, utiliza o cansado clichê do corpo trans que esconde um segredo, perpetuando a narrativa de que vivemos uma farsa em vida e que nossa “verdadeira identidade” precisa ser revelada de algum modo.”

Acesse ao texto na íntegra abaixo:

 

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