Imagine um médico, em especial, um odontologista. Que imagem prevalece em nosso imaginário? Vídeos divulgados no perfil do Dr. Guilherme Blum, em suas redes sociais, se somam a uma série de propostas visuais de desconstrução da imagem racista dos profissionais de saúde no Brasil.

Em vídeo compartilhado na Mídia NINJA, Guilherme usa o trending que tem emplacado nas redes, quando alguém muda seu visual. Com seu jaleco profissional, na clínica particular onde trabalha, ele muda o visual de dreadlocks para o “loiro pivete”, e escreve: “Eu exalto a cultura periférica, negra e tudo que vem dos meus. Estereótipos são feitos para serem quebrados, se não aguenta, não se envolve”.

Guilherme se formou há 6 anos começando sua atuação na atenção primária do Rio de Janeiro, responsável pela administração das clínicas de saúde da família. Hoje, há dois anos, trabalha em clínica privada no Rio.

Ele conta que a repercussão de seus vídeos nas redes está sendo a melhor possível. “Muitas pessoas que se identificam, ficam felizes, se inspiram, querem ser atendidas”, disse à NINJA. “Toda a repercussão me deixa muito feliz e estimulado, mas alerta como ainda estamos carentes de pessoas pretas em seus mais variados estilos preenchendo espaços no imaginário da população e criando novas referências”.

Foto: Reprodução Instagram / Guilherme Blum / Roger Rocha

A saúde bucal para a população negra, em especial, tem mobilizado um série de profissionais que vão, pouco a pouco, desconstruindo o imaginário estereotipado que construimos ao longo dos anos, ancorado no racismo estrutural. Guilherme reforça que busca sempre interseccionar o debate racial em todos os seus conteúdos.

“É importante alguém pensar nessa parcela da população quando se fala de saúde bucal. E é esse o meu papel, para além do cabelo ou estética. Trago raça para discutirmos juntos com o racismo, escravidão, dentre outros fatores que podem afetar a saúde bucal de uma pessoa preta”.