Ricardo Barros está empenhado em conseguir assinaturas (Marcelo Camargo/Agência Brasil

A guerra entre Rússia e Ucrânia virou arma para Bolsonaro ameaçar mais uma vez os povos originários do Brasil. É que com a interrupção das exportações de fertilizantes russos, ele viu brecha para insistir na possibilidade de explorar reservas de potássio localizadas em terras indígenas na Amazônia.

Vem a calhar com a agenda prioritária legislativa apresentada pelo governo, que dentre outros projetos de morte, foca na aprovação do projeto de autoria dele, o PL 191/2020, que permite a mineração em Terras Indígenas (TIs).

Rapidamente, lá estava o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), trabalhando para aprovar um requerimento de urgência para emplacar a votação do PL no plenário. À Reuters disse que tenta conseguir as 171 assinaturas de deputados, para validar o requerimento de urgência.

Segundo o parlamentar, caso consiga as assinaturas, a inclusão da proposta para votação em plenário será decidida na reunião dos líderes partidários. Atualmente o projeto está na Comissão de Minas e Energia.

Vale a pena explorar potássio?

Especialistas no setor dizem que embora a possível incidência de potássio na Amazônia esteja registrada há décadas, ele se encontra em condições de difícil extração e que assim, representaria danos ambientais de grande impacto.

Além do mais, a viabilização desse tipo de empreendimento exige muito tempo e grandes investimentos, o que tornaria o potássio extraído na região, mais caro do que o de competidores internacionais.

Além da Rússia – a dependência brasileira chega a 96% – o Brasil exporta o insumo do Canadá, Alemanha e Israel.

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