Foto: FIFA

Por Patrick Simão / Além da Arena

A Copa do Mundo, infelizmente, chegou ao fim, mas deixou consigo diversos legados e recordes de audiência, público e engajamento. A Austrália e a Nova Zelândia receberam cerca de 2 milhões de torcedores durante os 64 jogos do torneio, enquanto a audiência bateu recordes.

Segundo o jornalista Allan Simon, do UOL, as transmissões da Globo e do SporTV alcançaram 63,2 milhões de pessoas, um grande número considerando que boa parte dos jogos ocorreram nas madrugadas do Brasil e o fato da eliminação da Seleção Brasileira ter sido eliminada na primeira fase. A final entre Espanha e Inglaterra registrou a maior audiência de domingo de manhã na Globo em 2023. A CazéTV, uma novidade entre os streams, também registrou excelentes números, atingindo 64 milhões de visualizações.

A cobertura também foi a maior da história, com cada vez mais matérias na televisão, plataforma de vídeos e conteúdos para redes sociais, algo que se deve tanto à expansão das mídias digitais quanto ao crescente consumo do futebol feminino. A Copa do Mundo de 2019 teve grande influência neste crescimento, onde houve uma expansão das coberturas tanto brasileiras quanto mundiais, com recordes de audiência e público também nas competições por clubes durante estes 4 anos de intervalo.

A tendência é que este crescimento prossiga para a Copa de 2027. Visando o futuro, a Copa do Mundo de 2023 marcou o sucesso e o maior interesse de países que ainda não haviam tido grandes conquistas na categoria. Na América do Sul, o grande exemplo é a Colômbia, que chegou às quartas de final e tem uma promessa mundial que deve aumentar este interesse, Linda Caicedo. O grande sucesso na Copa já gerou frutos: o Governo Federal anunciou que investirá quase 2 milhões de dólares na liga local, que tinha problemas em seu calendário e estrutura para os clubes.

 

A Colômbia foi a principal representante do continente americano (Foto: FIFA)

 

Subindo para a América Central e o Caribe, também temos a Jamaica, que precisou de uma vaquinha para ir à Copa, eliminou o Brasil e foi às oitavas, gerando maior interesse local. Na África, foi a primeira vez que três Seleções chegaram às oitavas de final: a Nigéria, grande potência histórica do continente, o Marrocos, que investe e está conquistando cada vez mais bons resultados no futebol como um todo, e a África do Sul, também crescente no futebol feminino.

Os legados também passam pela Copa inédita na Nova Zelândia, enquanto a final inédita entre Espanha e Inglaterra mostra que os investimentos em categorias de base, estrutura, campeonatos locais e divulgações geram resultados a médio prazo. Outro fator positivo é que, apesar da Copa subir de 24 para 32 Seleções, houve mais competitividade e equilíbrio entre potências e Seleções que disputaram o torneio pela primeira vez, algo que gera mais competitividade.

É claro que muitas coisas ainda precisam melhorar, visto que a primeira Copa Feminina aconteceu há apenas 32 anos e os avanços são muito recentes. Ainda há muitos países e ligas com pouca estrutura e apoio, como foram os exemplos de Colômbia e Jamaica. Também houve um caso absurdo de assédio, com um beijo a força na premiação da final, cometido pelo pelo presidente da Federação Espanhola de Futebol, Luis Rubiales. O futebol feminino está crescendo com resistência e investimentos, que já estão gerando frutos e que a tendência é que gerem ainda mais.