O habeas corpus havia sido negado, porém o complexo médico legal – vinculado ao governo do estado do Paraná – negou receber o réu por alegar falta de estrutura no complexo penal de Curitiba

Familiares e amigos de Marcelo protestam em frente ao hospital por justiça e paz. Foto: Divulgação

Por Mauro Utida

A justiça do Paraná concedeu prisão domiciliar para Jorge Guaranho, que responde pelo assassinato a tiros do petista Marcelo Arruda, em Foz do Iguaçu, através um habeas corpus da defesa do réu que recebeu alta médica nesta quarta-feira (10).

O habeas corpus havia sido negado, porém o complexo médico legal – vinculado ao governo do estado do Paraná – negou, na noite de quarta-feira (10), recebê-lo por alegar falta de estrutura. “O complexo penal de Curitiba não oferece condições para o réu que depende de cuidados médicos”, informa a decisão do juiz Gustavo Germano Francisco Arguello, da 3ª Vara Criminal do Paraná.

O policial militar penal Guaranho teve a prisão preventiva decretada e foi devidamente intimado pela Justiça a respeito da denúncia acatada pela 3ª Vara Criminal de Foz do Iguaçu pelo assassinato de Marcelo Arruda, no último dia 9 de junho.

Nesta quarta-feira, familiares e amigos de Marcelo Arruda permaneceram em frente ao Hospital Costa Cavalcanti, em Foz do Iguaçu, em protesto por justiça e paz. “Um mês depois do assassinato do Marcelo à Justiça concede essa decisão absurda, próximo ao dia dos pais, com total desrespeito aos familiares. É uma decisão que causa uma sensação completa de impunidade. É uma autorização para a intolerância política continuar sendo praticada, além de violações aos direitos e liberdades fundamentais”, declarou o advogado Ian Martin Vargas.

O crime

No último dia 9 de julho, Marcelo Arruda foi assassinado por Jorge Guaranho aos gritos de “aqui é Bolsonaro”. O agente penal bolsonarista teria sido avisado que uma festa de aniversário com temática petista estava sendo realizada na região. O relatório da Polícia Civil alega que o atirador invadiu o local para “provocar” o aniversariante petista.

Jorge Guaranho foi indiciado por homicídio duplamente qualificado por ter invadido a festa atirando contra o petista. Ele foi ferido com quatro tiros pela vítima, que impediu uma tragédia maior.

Inquérito da Polícia Civil paranaense descartou motivações políticas no assassinato do ex-tesoureiro do PT por um bolsonarista, mas o juiz Gustavo Germano Francisco Arguello, da 3ª Vara Criminal do Paraná acatou denúncia do Ministério Público (MP-PR) de que o assassinato do petista foi cometido em razão de “motivação política externada pelo agente penal federal Jorge Guaranho.

Os advogados da família de Arruda também estudam levar a denúncia para órgãos internacionais pois o assassinato de Marcelo representa uma violação a tratados internacionais que o Brasil é signatário e também a Constituição Federal.

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