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A diretora e uma das sócias da Escola de Educação Infantil Colmeia Mágica, na Vila Formosa, da Zona Leste de São Paulo, teve a prisão temporária decretada pela Justiça nesta terça-feira. A escola foi acusada, por meio de vídeos, de tortura e maus-tratos contra crianças. As imagens mostram bebês presas com lençóis em cadeiras dentro do banheiro. Agentes foram até a casa da diretora para cumprir a decisão da Justiça, mas ela não estava.

A decisão da Justiça foi tomada após pedido da Polícia Civil e do Ministério Público (MP). O caso ainda está sob investigação.

A escola atende crianças de 0 a 5 anos de idade. As denúncias envolvem crime de maus-tratos, periclitação de vida – colocar a saúde das crianças em risco -, submissão a vexame ou constrangimento e tortura. O caso foi revelado pelo g1. A direção da escola afirmou à época que os vídeos produzidos na escola foram forjados por funcionários descontentes.

Uma reportagem de Ana Paula Bimbati, do UOL, ouviu à época duas mães de alunos, uma professora, uma ex-auxiliar de classe e vizinhos da escola que afirmam que a situação denunciada se repete há anos. Uma das mães recebeu as imagens das crianças presas no banheiro por mensagem no Whatsapp e foi à delegacia prestar queixa. No mesmo dia, a diretora da escola marcou uma reunião urgente. Ela afirmou que uma ex-funcionária havia feito a denúncia à polícia.

“Depois que fui embora, recebi vídeo do meu filho amarrado e fui para a delegacia”, disse a mãe. “A gente quer que a escola pague por tudo isso, que seja feita justiça. É traumático para nós e para nossos filhos”. Outros relatam contam que as famílias já achavam estranhas algumas atitudes da diretoria da escola e eles não tinham contato direto com professores e funcionários.

Foto: Reprodução / Redes Sociais

A escola, que funciona sob direção de duas mulheres, afirmou em nota que as cenas que circulam nas redes foram forjadas. “As imagens foram feitas dentro da escola, mas em momento algum por ordem e nem aprovação ou conhecimento da direção. Os representantes da escola foram surpreendidos e ressaltam que tratam-se de imagens feitas sem a anuência, sem consentimento e desconhecidas da pratica escolar”.

A direção afirma que suspendeu temporariamente as atividades da escola após ameaças contra representantes da unidade. Disseram ainda que as entrevistas que foram concedidas à imprensa foram feitas por pessoas desconhecidas do núcleo escolar. “A escola foi ‘condenada’, antes das averiguações policiais e das investigações cabíveis. Sem uma comprovação confiável está sendo acusada cruelmente e injustamente”. A nota completa está ao final do texto.

Esta também não é a primeira vez que a escola foi envolvida em denúncias de maus-tratos. Em 2010, uma bebê de três meses morreu no berçário da unidade, e, em 2014, uma mãe acusou a diretora de agredir seu filho de dois anos.

Morta em 2010, o bebê foi levado ao hospital pela diretora da escola quando foi notada a falta de ar. Contudo, ela chegou à unidade hospitalar sem vida. A polícia chegou a investigar o caso como “crime suspeito”, mas ele foi arquivado por “falta de provas”. A mãe afirma que o laudo necroscópico apontava a causa da morte foi “asfixia mecânica por agente físico”. O Ministério Público (MP), contudo, o laudo concluiu que ela morreu por “asfixia por broncoaspiração”.

Em nota, a diretoria da escola afirmou que a causa da morte foi “síndrome da morte súbita do lactente (SMSL)”, quando o bebê morre sem causa aparente.

Famílias protestam em escola infantil após denúncias de maus-tratos e tortura