Foto: Mídia NINJA

Um dia depois de publicar um artigo sobre a difusão do ódio como instrumento de poder, o jornalista e escritor Jamil Chade passou a receber ameaças de morte. Em suas redes ele publicou prints de algumas ameaças com a mensagem “Insuportável. Inaceitável. Vocês não vencerão.”

O jornalista também cobrou providências do governo brasileiro em nome da defesa dos direitos humanos, da democracia e de tratados assinados junto à ONU (Organização das Nações Unidas). “O governo brasileiro promove e assina declarações na ONU pela proteção dos jornalistas. Mas se não agir dessa maneira diante de ameaças que tantos de nós sofremos, o que a diplomacia faz é mentir para a comunidade internacional sobre quais são suas políticas de direitos humanos e de defesa da democracia”, afirmou.

Há duas décadas Jamil mantém seu escritório na sede da ONU, em Genebra e é um dos responsáveis por denunciar a política genocida do governo Bolsonaro e sua repercussão pelo mundo. Já foi eleito duas vezes melhor correspondente brasileiro no exterior e possui três livros finalistas do Prêmio Jabuti.

Após a denúncia pública recebeu também o apoio de personalidades e entidades como a ONG Justiça Global, e uma moção de apoio da UBE – União Brasileira de Escritores. Leia abaixo na íntegra:

Moção de apoio a Jamil Chade

Em seu livro Luto, Jamil Chade escreve que “A luta pela reinvenção do futuro não é uma opção. Em jogo está nossa sobrevivência”.

Esta semana, Jamil sofreu uma série de ameaças nas redes sociais. Ameaças cujo objetivo é intimidá-lo e, mais uma vez, atentar contra a sobrevivência da democracia.

A União Brasileira de Escritores (UBE), entidade defensora dos valores democráticos e republicanos, manifesta solidariedade e apoio a Jamil Chade e repudia os covardes ataques orquestrados contra o jornalista.

A construção de um futuro digno e justo passa pela defesa da liberdade de expressão. Não podemos aceitar viver em um país onde jornalistas sejam afrontados por denunciarem abusos de poder. Onde mentiras são escritas com o propósito único de manter o privilégio de pequenos grupos, em detrimento da maior parte da população.

Em um país onde mentiras prevalecem, o futuro não é uma opção.

Ricardo Ramos Filho
Presidente da UBE (União Brasileira de Escritores)