Eleito duas vezes melhor correspondente brasileiro no exterior pelo Comunique-se, jornalista propõe uma reinvenção do futuro em sua sétima obra. Evento de lançamento conta com debate e sessão de autógrafos, dia 28/03, às 19h

Foto: UN Photo/Jean Marc Ferré

Colaborador de veículos internacionais como BBC, CNN, CCTV, Al Jazeera e France24, o correspondente internacional Jamil Chade lança seu novo livro “Luto: reflexões sobre a reinvenção do futuro”, nesta segunda-feira (28), às 19h, na Nave Coletiva, sede da Mídia NINJA em São Paulo. O evento conta com um debate seguido de sessão de autógrafos. A obra, que poderá ser adquirida no local, aborda as consequências sociais da pandemia e traz prefácio do Padre Júlio Lancellotti e orelha de Zélia Duncan.

As inscrições para participar do lançamento, com vagas limitadas, podem ser realizadas no link  https://navecoletiva.org/jamil-chade-na-nave/

Em seu sétimo livro (três dos quais foram finalistas do Prêmio Jabuti), Jamil Chade se lança em uma tarefa ambiciosa: pensar a reinvenção do futuro. Afinal, e também num sinal de humildade, os dois anos de pandemia e seus impactos sociais revelaram que o caminho que percorríamos era insustentável, injusto e simplesmente destrutivo. Em “Luto“ (Editora Contracorrente), o autor faz uma coletânea de suas colunas e apresenta os anos de 2020 e 2021 como o ato fundador do século 21. “Declarou-se de maneira solene que a era do mundo infinito e do progresso ininterrupto havia chegado ao fim“, disse Chade.

Inicia-se, segundo ele, a era do reconhecimento da vulnerabilidade do ser humano no planeta.

Consolida-se a noção de que o contrário de uma sociedade pobre não é uma sociedade rica, mas uma sociedade justa. A pandemia zombou das fronteiras, desmontou teses nacionalistas e ignorou ideologias. O mesmo surto chegou talvez como um último alerta de que nada é inevitável e mesmo avanços sociais, democráticos e econômicos aparentemente consolidados podem se desmanchar.

Mas, segundo Chade, não se trata de um livro sobre a pandemia. “É sobre uma luta: a de construir nosso destino comum“, disse. Segundo ele, antes mesmo de o vírus da Covid-19 desaparecer, se é que um dia isso vai ocorrer, precisamos nos lançar na busca por um novo alicerce para um futuro distinto. “Alguns dos textos foram escritos como uma explosão de indignação, no calor de eventos. Outros artigos me atormentaram por noites até serem traduzidos ao papel. Certos fragmentos foram escritos pelo coração. Outros tantos, pelo fígado“, explicou.

Mas Chade também se mostra otimista. Se a pandemia mostrou que a inevitabilidade não existe, há um aspecto positivo nisso: não há nada, portanto, indicando que não podemos mudar, ou que o porto de chegada já está determinado. “A construção do futuro está em nossas mãos, não sob o controle de um vírus, de uma peste ou de um verme“, disse.

Para ele, a reinvenção terá de vir como uma revolução. “Retomar o caminho que existia antes não basta. O trajeto, o mapa, os instrumentos que nos norteiam e até o meio de transporte precisam ser refeitos e reconsiderados“, defende. “E por isso tal tarefa de reinvenção tem um caráter profundamente subversivo. A subversão de inovar e não pensar apenas em respostas nacionais. A subversão de chamar novos cartógrafos e rejeitar a simples continuação de um projeto excludente. A subversão, no fundo, de pensar no ser humano como único porto de desembarque. A luta pela reinvenção do futuro não é uma opção. Em jogo está nossa sobrevivência“, conclui.

Jamil Chade é correspondente na Europa há duas décadas e tem seu escritório na sede da ONU em Genebra. Com passagens por mais de 70 países, o jornalista paulistano também faz parte de uma rede de especialistas no combate à corrupção da entidade Transparência Internacional, foi presidente da Associação da Imprensa Estrangeira na Suíça e contribui regularmente com veículos internacionais como BBC, CNN, CCTV, Al Jazeera, France24, La Sexta e outros.

Vivendo na Suíça desde o ano 2000, Chade é autor de sete livros, três dos quais foram finalistas do Prêmio Jabuti. Entre os prêmios recebidos, o jornalista foi eleito duas vezes como o melhor correspondente brasileiro no exterior pela entidade Comunique-se.