Na última terça-feira (23), um episódio tenso marcou a Terra Yanomami, o maior território indígena do Brasil, localizado entre Roraima e o Amazonas. Um grupo de 12 garimpeiros foi capturado por indígenas da região e entregue às autoridades da Força Nacional, em uma ação coordenada pela Urihi Associação Yanomami (UAY).

Os invasores foram rendidos na área conhecida como “Malária”, em Homoxi, uma das regiões mais afetadas pelo garimpo ilegal no território. Segundo relatos da UAY, os indígenas agiram em resposta à contaminação da água por mercúrio, decorrente da presença dos garimpeiros na localidade.

Um vídeo divulgado pela associação mostra o momento em que os invasores, dez homens e duas mulheres, foram conduzidos pelos indígenas até a equipe da Força Nacional. As imagens revelam os indígenas armados com flechas e espingardas, demonstrando a determinação em proteger seu território e seus recursos naturais.

Em comunicado oficial enviado a diversos órgãos governamentais, a UAY destacou a urgência de operações mais eficazes para a retirada dos invasores, especialmente nas áreas mais isoladas. A associação ressaltou a necessidade de monitoramento contínuo e estratégias específicas nos pontos de entrada do território, para evitar novas incursões.

A Terra Yanomami enfrenta uma crise sem precedentes devido ao avanço do garimpo ilegal, que tem causado graves impactos ambientais e sociais. Desde janeiro de 2023, o território está em emergência de saúde, com casos alarmantes de malária e desnutrição entre a população indígena.

O Ministério dos Povos Indígenas (MPI) informou que os garimpeiros capturados estão sob escolta da Força Nacional e serão transferidos para a sede da Polícia Federal em Boa Vista. No entanto, a Urihi Associação Yanomami cobrou uma ação mais enérgica por parte dos órgãos federais, visando à proteção imediata da população indígena e à remoção dos invasores.

*Com informações do G1