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Por Clara Luiza Domingos com fotos da Casa NINJA Lisboa

Quem esteve presente no Acampamento Liberdade organizado pelos Jovens do Bloco de Esquerda, no último sábado (02), na Zona Florestal de Tomar, em Portugal, foi surpreendido por um velho problema do verão lusitano: os incêndios florestais.

Uma queimada assustou quem esteve presente no acampamento do bloco, mas o incêndio foi contido pelo Corpo de Bombeiros, que contou com uma equipe de cerca de 500 combatentes e 11 helicópteros. Ainda assim, o vento, que soprava no sentido oposto ao acampamento, foi o fator essencial para que o espaço não terminasse tragicamente em chamas.

O Comando Distrital de Operações de Socorros de Santarém garantiu que a população humana das outras regiões também não foi atingida, mas nada se comentou sobre o prejuízo irreparável que as queimadas causaram e vêm causando anualmente às populações de outras espécies da fauna e da flora.

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Após o susto, o debate sobre os incêndios florestais sazonais ganhou força. Assim como no Brasil, Portugal sofre com as queimadas não naturais. Em 2019 já foram registrados 11.455 incêndios rurais que resultaram em 33.591 hectares de área ardida. O período que corresponde aos meses de julho, agosto e setembro são os considerados críticos e ainda no primeiro no mês, em julho de 2019, foram registrados 6.498 casos de queimadas, 56% do total de registros feitos até agora.

O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) destaca a elevada concentração de incêndios resultantes da prática de queimadas para a renovação de pastagens e a população apreensiva com a situação denuncia que o problema dos incêndios é agravado pela monocultura de eucalipto. E eles não mentem, já que a árvore natural da Austrália é apelidada de “árvore de gasolina”, pelo alto teor de geração e propagação de incêndios.

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De acordo com a cartilha sobre os cuidados em áreas que foram incendiadas, elaborada pelo órgão português Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), as repercussões que os incêndios têm sobre os animais também são chocantes. A fauna sempre é drasticamente reduzida após o fogo, sendo os répteis os mais afetados. Segundo a cartilha, a recuperação total das comunidades de aves em áreas florestais pode requerer entre 25 e 30 anos. O plantio desenfreado do Eucalipto é um ataque à biodiversidade, à qualidade do solo e às gerações futuras.

Mas conforme análise publicada pela associação, entende-se que o Eucalipto não é o vilão e sim as políticas públicas do redor, ou talvez, a ausência delas. Para eles, as expectativas geradas desde a indústria ao pequeno proprietário sobre a sua alta rentabilidade atrai pessoas para o setor de exploração, mas a falta de planejamento, regulamentação e demarcação da área por parte do governo é o que torna esse setor da economia muito danoso ao meio ambiente.

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