Foto: Breno Esaki /A gência Saúde e Geovana Albuquerque / Agência Saúde

Profissionais de saúde em formação que também atuam na linha de frente do combate ao novo coronavírus estão trabalhando há um mês e meio sem receber salários. As bolsas de R$ 2.800 de responsabilidade do Ministério da Saúde a residentes que estão no primeiro ano e começaram a trabalhar no mês passado não foram pagas.

São médicos, enfermeiros, farmacêuticos, psicólogos, assistentes sociais e de diversas outras profissões de saúde que atuam no SUS. Alguns relataram em entrevista ao UOL que estão ficando sem dinheiro para transporte, além de pagamento de contas e da manutenção de aluguel e outros gastos, como ajudar a família. Quem faz residência tem que manter um vínculo de exclusividade e não pode ter um segundo emprego, o que dificulta na geração de renda. Além disso, enfrentam ainda falta de equipamentos de segurança e riscos de infecção pelo trabalho que executam.

O atraso segundo a categoria é recorrente e a Associação Nacional de Médicos Residentes (ANMR) recebeu cerca de 200 relatos de problemas de pagamento.

O Ministério da Saúde, segundo a reportagem, enviou emails às comissões de residência médica pedindo dados pessoais e bancários de quem não recebeu e deu como prazos os dias 5, 14, 17 e 22 de abril para regularizar os pagamentos. 3 desses prazos já foram descumpridos. A pasta disse que o atraso é uma exceção e jogou a responsabilidade para os residentes e instituições de ensino, dizendo que a situação é consequência de erros dos reclamantes.

A pasta também prometeu uma bonificação de R$ 667 por seis meses para os residentes como parte de uma ação de incentivo ao enfrentamento da pandemia chamada “O Brasil conta comigo”

“E nós, podemos contar com o Brasil? O que significa uma salva de palmas se nós, os homenageados, não estamos sendo remunerados e não temos condições seguras de atuação?”, reclamam, em texto replicado nas redes sociais os residentes.