Foto: Arquivo pessoal

Por Vitória Ferreira

Nascido e criado em Porto Alegre, Deives Picáz é uma pessoa com deficiência, ativista anticapacitista e estudante de publicidade. Aos 16 anos se descobriu gay e ao se assumir, seus pais o pediram para não revelar publicamente. Mas Deives desobedeceu por querer lutar pela causa LGBTQIAP+.

Desde criança sempre foi muito comunicativo e questionador, seus familiares já imaginavam que ele partiria para algum curso de Comunicação Social, mas não imaginavam que Deives teria uma grande relevância em suas redes sociais. Em 2020 o garoto começou a criar conteúdos com a intenção de informar e conscientizar as pessoas sobre as demandas que ele vive. Com alguns conteúdos viralizados, Deives Picáz começou a ser reconhecido como Influenciador Digital e a partir disso, seu instagram (@deives) virou sua ferramenta de trabalho.

Com foco e dedicação, o estudante de publicidade e propaganda da UFRGS consegue conciliar sua vida acadêmica com seu trabalho desenvolvido nas redes. Também é embaixador de uma associação sem fins lucrativos (Dar a Mão) que visa dar suporte e apoio para pessoas com a mesma deficiência que ele.

Em uma entrevista para a Vogue Brasil, Deives Picáz desabafa: “- Eu sou um homem gay com deficiência e, entre a deficiência e a sexualidade, existem tantas questões a serem pontuadas. Na própria comunidade LGBTQIAP+, principalmente na de homens homossexuais, o corpo padrão é muito valorizado. Aquele corpo musculoso, cartão postal da Calvin Klein. Por isso, ali naquele meio, o meu corpo não é idealizado. Até eu olhar para mim mesmo e perceber que sim, possuo beleza, demorou. O autoamor foi nascendo dentro de mim conforme fui me analisando e percebendo que é tudo sobre autenticidade”.

Numa de suas lives, o influenciador de apenas 20 anos chorou e pontuou sobre a importância da empatia nas redes, após ter sofrido ataque por ter feito uma publicação em prol da comunidade LGBTQIAP+. Disse que navegar nas redes sociais é algo para ser feito de maneira filtrada, já que existe muita toxicidade nas mesmas.

Que cada vez mais possamos unir bandeiras como a PCD e a LGBTQIAP+ já que juntos somos mais fortes. Não adianta levantar uma bandeira e pisar em outra, compartilhamos muitas dores e opressões que ainda que distintas são semelhantes e é por essas dores que devemos ser aliados. É sobre aquela frase “ninguém solta a mão de ninguém.” E ser persistente no ativismo.