Conflito na região das terras Wajãpi já tem a confirmação da morte de uma liderança indígena.

Foto: Divulgação

Cerca de 50 garimpeiros invadiram terras indígenas da aldeia Wajãpi, em Pedra Branca do Amapari, próximo de Macapá.

Em áudios enviados por WhatsApp, o vereador Jawaruwa Waiãpi, uma das lideranças na região, declarou que os garimpeiros mataram há três dias um dos líderes indígenas, invadiram e se instalaram na aldeia Marirí. Com medo, os moradores fugiram para a aldeia vizinha de Aramirã onde crianças e mulheres foram deixadas.

Os garimpeiros retornaram para a mata e prometem invadir a aldeia num conflito sem precedentes na história, caso as forças de segurança não façam uma intervenção.

Kurani Wajãpi, coordenador de apoio em Pedra Branca do Amapari, comentou o caso e falou do assassinato. Segundo Kurani, na tarde desse sábado também houve troca de tiros.

Em vídeo, o cantor e compositor Caetano Veloso presta solidariedade e pede que as autoridades protejam o povo Wajãpi. Assista:

Jawaruwa Waiãpi fez um apelo ao senador da Randolfe Rodrigues (REDE-AP) para que acionasse o Exército e a Polícia Federal (PF) para intervir no caso. Em vídeo, o senador conta mais sobre:

https://www.instagram.com/p/B0b04PeBXfz/

Em nota, a FUNAI informou que “assim que tomou conhecimento do fato neste sábado (27) acionou as autoridades competentes e seus servidores no local. A Polícia Federal, assim como o BOPE, estão a caminho para apurar o ocorrido.”

Wajãpi

Os indígenas Wajãpi, que se espalham por um pedaço da Amazônia brasileira, são uma das memórias vivas mais antigas deste país. Viviam na floresta amazônica desde antes que o Brasil fosse descoberto em 1500, e sobreviveram todos estes séculos graças à relação simbiótica que mantêm com a natureza. Cuidam dela, e ela cuida deles. Apesar de levar tanto tempo ali, só conseguiram demarcar suas terras legalmente em 1996, durante o Governo de Fernando Henrique Cardoso. Mesmo assim, são constantemente acossados por madeireiros e garimpeiros ilegais. Por isso, se movem pela selva para defender suas fronteiras.