Tempero da Carne é um projeto visual que surgiu do incômodo causado pelas imposições morais impregnadas na sociedade que, sufocada nos obriga a ser e viver de forma oposta da que verdadeiramente somos. A cada dia em diferentes situações, idealizamos e construímos máscaras invisíveis que camuflam nossas ações, nossos pensamentos e desejos. Assim “garantimos” que o convívio diário – nas diversas esferas da vida – fique dentro dos padrões de comportamento predeterminados.

Muitas vezes se submeter a tais imposições não é uma tarefa simples, muito menos prazerosa, e a cada nova relação estabelecida, somos conduzidxs por caminhos que acabam por sucumbir nossos impulsos e trazem a ilusão de que assim protegemos nossa intimidade e nossa real identidade, como se nos envergonhássemos da essência de nós mesmos e precisássemos escondê-la do mundo. De forma inconsciente, pouco a pouco vamos esquecendo quem realmente somos até sobrar apenas a máscara. Assim podemos conviver “adequadamente” em sociedade?

E como podemos estar em plenitude com nós mesmos? Para materializar essa tal invisibilidade das máscaras, os corpos nus – sem pudores, interferências ou amarras – foram temperados da cabeça aos pés, com cúrcuma, páprica, curry, canela, colorau, pimenta, cravo e gengibre, realçando os mais variados tons, aromas e sabores.

É o tempero na carne, propriamente dito, que traz à tona essa composição complexa de palatos e significados, como xs várixs personagens que usamos e criamos em diferentes momentos, da infância até a vida adulta.

 

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