Indígenas presentes no ATL somaram ao protesto de movimentos sociais (Scarlett Rocha)

 

De um lado a insatisfação com a alta dos preços da gasolina e alimentos. Do outro, reação à constante pressão de invasores sobre territórios indígenas e ausência das demarcações. Estas foram algumas das pautas que convergiram no ato Bolsonaro Nunca Mais, realizado neste sábado (9), em Brasília. Mais uma edição da série de manifestações que se repetem desde 2021.

Representando 200 povos do Brasil, os mais de 7 mil indígenas presentes no Acampamento Terra Livre (ATL) deixaram o complexo da Fundação Nacional de Artes (Funarte) para marchar rumo à Biblioteca Nacional. Foi lá, por volta das 16h45, que os dois movimentos de mobilização se encontraram e partiram juntos em caminhada. Eles permanecem na capital federal até o dia 14 de abril.

Aos discursos contra a crise econômica, social e cultural que assola o Brasil por resultado da política desastrosa do governo Bolsonaro, somaram as vozes, cantos e rezas dos povos originários que exigem o direito de viver em terras ancestrais.

As bandeiras do ATL se agitaram mais uma vez, contra a política de destruição que arrasa o meio ambiente e coloca em risco a vida dos povos originários do Brasil. E então, eles marcharam no asfalto com a mesma força com que marcham quando seus territórios são ameaçados.

“Você não tem o direito de ficar calado. Você tem o direito de gritar, botar para fora o que te angustia. Essa vontade de dizer que você existe. É hora de dizer basta para esse governo que não nos representa”, disse uma liderança no carro de som.

Como recado do povo da floresta, disse também que se os indígenas morrem, morrem todos, pois eles são os guardiões do meio ambiente. “Junte-se à nossa luta”, convocou.

Uma cena emblemática se repetiu neste sábado. Em protesto, indígenas subiram em mastro com a bandeira do Brasil e colocaram em paralelo, uma bandeira manchada de sangue. Esse é um protesto à política genocida que se traduz em inúmeras ameaças como o PL 191, de autoria do próprio Executivo, para fazer com que a mineração e grandes obras, como a de hidrelétricas, avancem sobre as terras indígenas.

No ponto alto da marcha, indígenas atearam fogo em um boneco alusivo a Bolsonaro. É um ato simbólico que traduz o sentimento de todos ali presentes: Bolsonaro, nunca mais.

Confira galeria cenas mais marcantes do protesto deste sábado.

 

(Kaiti Topramre)

(Mídia Ninja)

(Mídia Ninja)

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(Mídia Ninja)

(Mídia Ninja)

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