Por Patrick Simão / Além da Arena

Inglaterra e Espanha chegaram pela primeira vez à final da Copa do Mundo, porém o resultado do torneio não surpreende. As duas Seleções têm uma história crescente no futebol feminino mundial, com cada vez mais investimentos, embora as características destes avanços sejam diferentes.

A Inglaterra é a Seleção que mais investe no futebol feminino atualmente, especialmente na Premier League, a liga que faz os principais investimentos de mercado. O crescimento atrai cada vez público e audiência, que refletem nos resultados e renovação da Seleção na última década. A Seleção foi semifinalista nas Copas de 2015 e 2019, e quadrifinalista em 2011 e 2007. Agora, chegam à final do Mundial como favoritas, vindas de título na Eurocopa. A Seleção tem como principais referências Lauren Hemp, Alessia Russo, Ana Greenwood e Lauren James, destaque no começo do torneio e que retorna de suspensão.

As inglesas começaram a Copa com duas vitórias por 1 a 0, contra Haiti e Dinamarca, porém ainda se esperava mais. Na terceira rodada, golearam a China por 6 a 1. Nas oitavas, se classificaram nos pênaltis contra a Nigéria, após empate em 0 a 0, já nas quartas viraram contra a Colômbia por 2 a 1. O melhor jogo da equipe foi na semifinal, com um 3 a 1 sobre a Austrália. A técnica Sarina Wiegman é fundamental neste momento e, atualmente, é a melhor treinadora do mundo, vinda de dois títulos da Eurocopa (por Holanda e Inglaterra).

 

Foto: Reprodução / Lionessas

 

A Espanha disputa apenas a sua 3ª Copa do Mundo, mas ainda assim estava entre as favoritas no começo da Copa. A equipe tem Alexia Putellas, eleita a melhor do mundo nos dois últimos anos, porém a atacante do Barcelona não jogou tanto, após retornar de lesão no joelho. A equipe tem destaques importantes, como Jennifer Hermoso, Aintana Bonmatí e Sara Paruello, de 19 anos e que assumiu o protagonismo na reta final do torneio.

A Seleção tem como principal investimento e destaque a base, especialmente a do Barcelona, e é a atual campeã mundial sub-20 e sub-17, com ótimas perspectivas pata o futuro. A equipe catalã conquistou 2 títulos e 1 vice da Champions League nos últimos 3 anos, e obteve recordes de público no futebol feminino, ao levar mais de 90 mil pessoas ao Camp Nou duas vezes em 2022. O crescimento do Real Madrid é recente, mas já contribui com 8 jogadoras para o elenco.

A Espanha iniciou a Copa com duas goleadas, sobre Costa Rica (3 a 0) e Zâmbia (5 a 0). Depois, terminou a primeira fase com uma má atuação, com derrota de 4 a 0 para o Japão. Na fase eliminatória, conquistou três grandes vitórias: fez 5 a 1 na Suíça, venceu a atual vice-campeã Holanda por 2 a 1 na prorrogação, e superou a Suécia por 2 a 1 na semifinal. Apesar do grande momento, a Seleção espanhola enfrentou uma crise, com 15 jogadoras ameaçando sair da equipe caso o técnico Jorge Vilda permanecesse. Atletas importantes do elenco, como Putellas e Hermoso, o acusaram de ser extremamente controlador. A contragosto, ele permaneceu, mas a relação entre atletas e treinador segue distante publicamente.

 

Foto: Reprodução / @sefutbolfem

 

As equipes se enfrentaram pela última vez nas quartas de final da Eurocopa de 2022, com vitória da Inglaterra, por 2 a 1, na prorrogação. No atual ciclo, também houve um empate em 0 a 0 em 2022, e uma vitória espanhola por 1 a 0 em 2020. Agora, no jogo mais importante, quem será a grande campeã?