Por Gabriel Ruiz

Foto: Marina

Foto: Marina Lacerda Lainetti

A cidade de Londrina passa a ter, mensalmente, uma programação que fomenta, no mesmo espaço, apresentações artísticas variadas e uma feira repleta de produtos agroecológicos e orgânicos, livres de venenos. Foi o que ocorreu no último fim de semana, entre 09 e 11 de junho, na ocupação Canto do MARL (Movimento dos Artistas de Rua de Londrina) com a junção da terceira edição da Mostra MARL com a I Feira da Resistência e da Reforma Agrária, organizada pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) do Paraná. O evento foi promovido de maneira conjunta entre o MARL e o MST.

A Feira teve início no sábado (10) com dez barracas, envolveu diretamente 40 pessoas, e contou com a presença de feirantes de cinco cidades distintas, de acampamentos e assentamentos do MST:  Primeiro de Maio, Florestópolis, Centenário do Sul, Arapongas e Porecatu. Legumes e frutas variados, pão e biscoitos caseiros, mel, cachaça, doces, café orgânico, culinária típica, como o Sarapatel, caldos e bolo, além de mudas de plantas, livros e artesanatos, inclusive manufaturados por indígenas.

Foto: Gabriel Ruiz

Foto: Gabriel Ruiz

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Fotos: 1 (Gabriel Ruiz) 2, 3 e 4 ( Marina)

Fotos: 1 (Fagner Bruno de Souza) 2, 3 e 4 ( Marina Lacerda Lainetti)

Além do Feirão, no sábado, a programação cultural contou com apresentações dos grupos Pisada da Jurema, Poetas que Pariu – Teatro de Garagem, roda de Capoeira, CABARÉ – MOULIN ROUGE, entre outras. “Foi a primeira grande experiência nossa mais articulada nessa região: uma ação de reforma agrária, conjugada com esse elemento da arte, da cultura”, comentou a integrante da direção estadual do MST, Ceres Hadich. Ela ainda destacou o clima de receptividade e de diálogo com a população: “não só o debate, mas a prática dessa questão dos alimentos saudáveis e da própria reforma agrária, as pessoas estavam buscando informações sobre a proposta e sobre o modelo mesmo”.

Foto: Fagner Bruno de Souza

Foto: Fagner Bruno de Souza

Foto: Fagner Bruno de Souza

Foto: Fagner Bruno de Souza

Foto: Marina

Foto: Marina Lacerda Lainetti

Para o professor, artista de rua e articulador do MARL, Danilo Lagoeiro, a conexão da Feira com a Mostra foi potente e incrementou o evento de formas variadas. “Sentimos que tivemos um ganho de público, no sentindo numérico e também um público diferente do que geralmente frequenta os projetos do MARL”, relatou. Entre 400 e 500 pessoas circularam pelo evento apenas durante o sábado, público que, segundo Danilo, costuma ser o total de participantes de toda a Mostra, comparando com as edições anteriores.

“Outra avaliação positiva foi a da nossa comunicação: produzimos bastante vídeos e fotos e até antes mesmo, na divulgação, fizemos panfletos, tivemos uma bicicleta com caixa de som anunciando a feira nas ruas”, registrou Lagoeiro. Com o sucesso da conexão entre a Feira e a Mostra MARL, o projeto segue fixo, sempre no segundo sábado de cada mês. “A nossa interação e articulação já acontecia anteriormente, de algumas formas e tem tudo a ver, é o direito à terra e direito à cultura, juntos”, finaliza Danilo.