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Eliel Ferreira Cavalcante Júnior, de 25 anos, foi morto com 9 tiros em uma perseguição em frente a um condomínio em Mossoró, no Rio Grande do Norte (RN). O caso aconteceu no último sábado (9) e ganhou repercussão local. O jovem era formado em Direito e havia acabado de ser aprovado no exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Ele morreu na hora, segundo a Polícia Civil do Estado.

Os primeiros noticiários afirmaram que Eliel estava com um amigo e ambos foram alvejados por terem sido confundidos por assaltantes. O outro rapaz não foi atingido pois correu em outra direção. No decorrer da semana, outros fatos sobre o assassinato começaram a ser divulgados. Eliel é um jovem gay e estava acompanhado, na verdade, de seu namorado próximo à casa dele. Segundo o advogado do namorado, que não quis se identificar à imprensa, o autor do crime mora no condomínio em frente e não gostava de ver o casal homoafetivo.

Em um determinado momento, dois homens se aproximaram as vítimas. Conforme contou a família ao Correio Brasiliense, o namorado de Eliel rapidamente achou se tratar de um assalto e jogou o celular para dentro do condomínio, mas não chegou a ser atacado. Para a defesa, um dos homens teria feito um sinal para o autor dos tiros que estava embaixo de uma árvore, em frente à casa dele. Os disparos vieram na sequência, provocando a correria. Os transeuntes gritaram “pega ladrão” e uma pessoa segurou Eliel confundindo-o com um assaltante. Isso permitiu, então, que ele fosse atingido com nove tiros.

A investigação inicial da Delegacia de Homicídios (DHM) da cidade apontava que o Eliel e o namorado, noticiado como “amigo” à imprensa, teriam sido abordados na calçada porque achavam que Eliel era um assaltante. O argumento não convence os familiares. O próprio delegado considera que a reação do assassino teria sido desproporcional.

“Essa ação foi totalmente desproporcional, porque a vítima apenas se assustou, possivelmente pode ter visto a arma, já que foi abordado já com a arma. E em nenhum momento esboçou reação, só fez correr tentando se proteger”, disse o delegado Rafael Arraes ao G1.

O homem suspeito de ter feito os disparos está foragido da polícia e, conforme a delegacia, não tem antecedentes criminais. Quando foi identificado, a delegacia solicitou um mandado de prisão preventiva.

Ainda de acordo com o delegado, o nome do suspeito foi encontrado em um registro de posse de arma de uma pistola 9mm, mesmo calibre das cápsulas dos disparos encontrados no local do crime. Ele, no entanto, estava proibido de transitar com a pistola nas ruas pois não tinha porte da arma.