Foto: José Cruz / Agência Brasil

A OMS sugere que pessoas não participem de protestos e eventos de massa, como forma de frear o novo coronavírus. A chefe clínica da entidade, Maria Van Kerkhove, sobre as manifestações públicas no Brasil no fim de semana, deixou claro que tais eventos “não ajudam”. “Tudo o que possamos fazer para reduzir a transmissão deve ser feito. Uma das formas é parar eventos de massa”, endossou Maria.

Falando de uma forma mais geral e sem citar países, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, fez questão de alertar que o combate ao vírus vai precisar de um “compromisso político de mais alto nível” em todos os países. Segundo ele, não basta deixar o trabalho ao Ministério da Saúde e a “liderança principal” precisa dar exemplo.

No fim de semana, Bolsonaro não apenas comemorou os protestos que pediam o fechamento do Congresso Nacional e do STF, como também foi ao encontro de um grupo que se manifestava em frente ao Palácio do Planalto.

O PSOL na Câmara dos Deputados irá denunciar o presidente à ONU e à OMS. Na denúncia, a bancada reforçará que Bolsonaro violou suas obrigações de proteger a população ao incentivar as manifestações no domingo e de ter, pessoalmente, participado de uma delas.

Ontem, em mais uma demonstraçã de irresponsabilidade, Bolsonaro disse: “Se eu me contaminei, isso é responsabilidade minha. Ninguém tem nada a ver com isso”. O presidente parece não ter entendido o conceito de pandemia, além de desrespeitar as orientações da OMS e de seu próprio ministro da Saúde. Todas ações individuais têm impacto coletivo. Foi grave e irresponsável a atitude de alguém que está à espera do resultado de novo teste de coronavírus.