Quem mais está amando a fotografia desta nova temporada da série Euphoria, da HBO? Dirigida por Sam Levinson, a série estadunidense ganhou a crítica em sua estreia em 2019 pelo primor técnico, além de outras qualidades. A fotografia foi ponto alto. E para quem acompanha a segunda temporada, percebeu que a série não caiu na zona de conforto das excelentes críticas e mudou completamente a direção estética relacionada às imagens. Rodado em 35mm, o formato analógico com ar cinematográfico está dando o que falar.

A trama traz Rue Bennett (Zendaya), uma jovem de 17 anos que sofre com transtornos mentais desde criança, o que a fez entrar em contato com drogas ainda no início da adolescência. Junto a Rue, Euphoria apresenta uma série de personagens, em sua maioria alunos do ensino médio, que enfrentam seus próprios desafios, envolvendo sexo, drogas, amizades, relacionamentos amorosos, conflitos familiares, redes sociais e violência. As cores de Euphoria em sua primeira temporada se alinham ao tom psicodélico que conduzia as personagens.

Foto: Reprodução / Marcell Rév

A fotografia dos episódios, ao todo, é assinada por Marcell Rév, André Chemetoff, Drew Daniels, Adam Newport-Berra. Para Rév, responsável pela criação estética da série, as cores vibrantes tinham um significado:

Precisa ser colorido de uma forma, acredito eu, para que se sinta a elevação. Mas nós não queríamos que fosse como as cores do arco iris, ou pelo menos sem nenhum sistema. Então, na maioria das vezes, nós usamos cores primarias, e eu contei muito com o contraste do laranja com o azul, que é um contraste bastante básico” disse Marcell Rév à Deadline.

Nascido em 1984 na Hungria, Marcell Rév é um dos mais famosos diretores de fotografia da sua geração. Ele foi indicado ao Emmy no último ano por seu trabalho na série. Para o Centro de Crítica da Mídia, a seleção das cores trouxe “um aspecto fantasioso a tudo que ocorre nela contrastando com a sua temática abordada. A expressividade visual da série reflete o próprio estado mental adolescente: confuso, hormonal e em busca pela sua identidade”.

A grande surpresa na segunda temporada, contudo, é o uso do formato analógico. A vibração “purpurinesca” deu lugar a um universo mais sombrio, cores mais quentes e contrastantes. Conforme noticiado por Silvia Laboreo, em Domestika, foi encomendado o mítico Kodak Ektachrome, responsável pelas primeiras fotografias do ser humano na Lua. “Ela foi completamente descontinuada no início de 2012 e a Kodak o trouxe de volta em 2018 para fotografia de 35mm e filmes de 8 e 16mm”.

Tecnicamente, ela proporciona ao filme um grande contraste na imagem, cuja paleta de cores reproduz os tons de pele de forma vibrante. “A primeira temporada tinha um aspecto muito atual. Esta parece uma espécie de lembrança da escola. Num plano emocional, o uso do analógico foi a decisão certa”, explica Rév, ainda conforme publicação da Domestika.

 

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