Foto: Divulgação / Netflix

Millie Bobby Brown, de Stranger Things , abordou a especulação dos fãs de que Will (Noah Schnapp) pode ser gay em uma entrevista, afirmando: “É 2022 e não temos que rotular as coisas”. A informação é da Pink News.

A série de ficção científica Stranger Things há muito sugere que o personagem do ator Noah Schnapp, Will Byers, pode estar lutando com sua sexualidade. Fãs especulam que ele está apaixonado por seu melhor amigo Mike, mesmo depois que ele o repreendeu na terceira temporada: “Não é minha culpa que você não goste de garotas”.

A quarta temporada de Stranger Things continuou nesse caminho. No primeiro episódio, Will é visto trabalhando em um projeto escolar celebrando o matemático gay Alan Turing como seu herói. Ao longo da temporada, ele também mostrou inveja do relacionamento de Will com Eleven (Milly Bobby Brown), eventualmente confidenciando a Will seus medos sobre “dizer como você realmente se sente, especialmente para as pessoas que você mais gosta”.

O produtor executivo e diretor Shawn Levy disse que “não há muitos acidentes” no programa, sugerindo que esses momentos foram deliberados.

Recentemente, Schnapp e Brown opinaram em uma entrevista à Variety. Brown disse que não vê razão para Will rotular sua sexualidade, e que está tudo bem não saber. “Posso apenas dizer que estamos em 2022 e não precisamos rotular as coisas”, disse a atriz.

“Eu acho que o que é realmente legal no personagem de Will é que ele é apenas um ser humano passando por seus próprios demônios e problemas pessoais. Tantas crianças por aí não sabem, e tudo bem. Tudo bem não saber. E tudo bem não rotular as coisas.”

Ela acrescentou: “É um papel incrível para Noah interpretar… e ser esse modelo para crianças por aí que não sabem o que estão passando ao crescer”.

Queerbaiting

Já há outros fãs da série apontam “queerbaiting” por parte de roteiristas e direção no fato de não haver uma evidência tão lúcida sobre a sexualidade de Will. Queerbaitinhg é uma estratégia utilizada em diversas narrativas que deixam a entender que há algum personagem LGBT+ ou algum relacionamento homoafetivo na trama, mas isso não fica tão evidente.

“Uma estratégia da mídia que reitera a invisibilidade LGBTQIA+”, escreveu Chris Gonzatti, da página Diversidade Nerd. Ele respondeu no Twitter a uma publicação sobre a série que divulgava um depoimento do ator Noah Schnapp em que dizia: “Eu sinto que eles nunca abordam isso ou falam abertamente como o Will é. Eu acho que essa é a beleza da coisa, que depende apenas da interpretação do público”.

Para Chris, “deixar subentendido ou aberto a interpretações que um personagem é LGBT é covarde e muito angustiante”. E complementa: “desde a primeira temporada usam vários códigos que remetem a vivência de meninos queer, como o Will passando por injúrias e sendo deslocado da masculinidade hegemônica, criaram várias expectativas no público queer, e estão cientes disso. Apagar isso é violento”. Nas redes, diversos usuários LGBT+ apontam a mesma questão referente ao personagem de Will.

O termo “bait” de “queerbaiting” significa “isca”, apontando para a estratégia de marketing que eventualmente muitas produções usam para aproximar o público LGBT+ sem criar conflitos com os LGBTfóbicos. Daí se entende porque tantas narrativas que escancaram relações homoafetivas ou personagens LGBT+ são tão aplaudidas em um cenário que ainda teme um mercado e um público conservadores.

Com informações de Pink News