Dep. Erika Hilton (PSOL – SP) e Dep. Duda Salabert (PDT – MG). Fotos : Bruno Spada e Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados

Por Isabella Rodrigues

Nesta quarta (30) a deputada bolsonarista Coronel Fernanda(PL-MT) alegou que mulheres trans estão roubando o “lugar” da “mulher de verdade. A declaração transfóbica foi deita durante uma sessão na Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara dos Deputados. A parlamentar declarou que mulheres cisgênero não deveriam dividir espaço com mulheres transgênero.

Erika Hilton, que junto com Duda Salabert compõe a primeira bancada trans no Congresso, não hesitou em responder ao discurso transfóbico. Erika apontou que falas como essa são uma das razões pelas quais mulheres trans historicamente não tiveram representação no Congresso Nacional.

“Nós queremos espaços dignos na sociedade. Nós queremos nosso direito à cidadania. Nós queremos o nosso direito à vida. Nós queremos andar nas ruas com as nossas cabeças erguidas sem medo de sermos mortas, violentadas, ridicularizadas, estupradas, pelo simples fato de sermos quem somos”, afirmou Erika.

Hilton destacou que discursos violentos e discriminatórios não serão tolerados na Câmara dos Deputados. Duda Salabert também se posicionou durante o debate, apontando para a realidade do Brasil, país que mais mata travestis e transexuais no mundo.

Duda enfatizou que a humanidade da população trans continua sendo negligenciada pela sociedade, contrapondo a noção de competição insinuada pela deputada Fernanda. Esclareceu ainda que a luta das mulheres trans é, antes de tudo, pela dignidade.

Fernanda Melchionna, do PSOL, afirmou que “a Comissão da Mulher não pode aceitar calada uma violência transfóbica”, chamando a atenção da presidente da Câmara para não aceitar a naturalização da transfobia e cobrando atitudes da casa