A polêmica começou em 2022 e fez algumas das jogadoras desistirem de participar da Copa do Mundo Feminina

Foto: Rodrigo Jiménez (EFE)

Por Letícia Reis 

Na Espanha, tanto a seleção masculina de futebol quanto a feminina são conhecidas pelo jogo bonito e acirrado, pelo desempenho tático e, também, por contarem com nomes importantes de reconhecimento mundial, como a própria Alexia Putellas, atual melhor do mundo. Mas você sabe que problema as jogadoras enfrentaram, em 2022, com o técnico da equipe e que fez, até mesmo, algumas delas desistirem de participar do campeonato?

A história começa em setembro de 2022, quando 15 jogadoras mandam um email para a Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) pedindo a demissão do técnico Jordi Vilda, que está sob o comando da seleção há oito anos. Entre as demandas, pediam “mudanças estruturais” que incluíam a demissão do técnico. Segundo elas, a metodologia de trabalho aplicada era fraca, com treinos defasados e que não traziam evolução ao trabalho. Das 15 atletas que oficializaram o questionamento, 6 são do Barcelona, time que domina o cenário na modalidade e que já ganhou duas das três Champions League feminina. As atletas do time catalão são Patri Guijarro, Mapi León, Aitana Bonmatí, Mariona Caldentey, Sandra Paños e Claudia Pina. Nessa lista ainda tem Ainhoa Moraza, Lola Gallardo, Nerea Izaguirre, Amaiur Sarriegi, Lucía Garcia, Ona Batlle, Leila Ouahab, Laia Aleixandri e Andrea Pereira.

As jogadoras que não assinaram o email compartilharam, em suas redes sociais, um manifesto contra a Federação. Foi o que aconteceu com Alexia Putellas, que, na época, estava lesionada e, por isso, não pôde endossar o documento. No fim de agosto, segundo a imprensa espanhola, Alexia, juntamente com Aitana Bonmatí e Irene Paredes, já teria pedido a saída de Vilda, o que fez com que a relação entre a atleta e o técnico se tornasse difícil.

Foto: Europa Press | Jorge Vilda, seleccionador de España, y Alexia Putellas, jugadora del Barça

A Federação mostrou apoio ao técnico dizendo, publicamente, que não o demitiria nem aceitaria a pressão das jogadoras. Após as consequências negativas, as jogadoras negaram terem pedido a demissão do técnico e criticaram a Federação por tornarem público um tema de comunicação privada. Em entrevista, elas admitiram pedirem para não serem convocadas até que a situação, que as afetava pessoal e emocionalmente, não fosse mudada, mas negaram pedirem a demissão de Vilda.

Mapi Leon e Patri Guijarro se recusaram a jogar o Mundial, alegando falta de mudanças efetivas. Megan Rapinoe, um dos principais nomes da seleção dos EUA, declarou apoio às jogadoras da seleção espanhola: “Tantas jogadoras unidas, assim, é muito poderoso. Temos que escutá-las”.

Texto produzido em cobertura colaborativa da NINJA Esporte Clube