Senador Randolfe Rodrigues acionou o Supremo Tribunal Federal contra os empresários que defenderam um golpe e pede à PF e MP prisão preventiva, se necessário

Luciano Hang, dono da Havan, é um dos empresários envolvidos nas conversas golpistas. Foto: Anderson Riedel Planalto

Por Mauro Utida

A coluna do portal Metrópoles revelou, nesta quarta-feira (17), que empresários bolsonaristas passaram a defender abertamente um golpe de Estado caso Lula seja eleito em outubro, derrotando o atual presidente Jair Bolsonaro (PL).

“A defesa explícita de um golpe, feita por alguns integrantes no grupo de WhatsApp Empresários & Política, criado no ano passado, se soma a uma postura comum a quase todos: ataques sistemáticos ao Supremo Tribunal Federal (STF), ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a quaisquer pessoas ou instituições que se oponham ao ímpeto autoritário de Jair Bolsonaro”, informou o colunista Guilherme Amado, que tem acompanhado há meses as mensagens.

Na tarde desta quarta, o senador Randolfe Rodrigues acionou o Supremo Tribunal Federal contra os empresários que defenderam o golpe de Estado. Randolfe pediu ao STF que a Polícia Federal e o Ministério Público Federal sejam acionados para avaliarem a quebra de sigilo, congelamento de contas e prisão preventiva, se necessário.


A petição do senador foi apresentada no âmbito do inquérito dos atos antidemocráticos que tem como relator o ministro Alexandre de Moraes, que é chamado de “skihead do PCC” no grupo de empresários bolsonaristas, informa a coluna.

Saiba quem são os empresários golpistas

O grupo de empresários bolsonaristas golpistas são de diversas partes do país, como Luciano Hang, dono da Havan; Afrânio Barreira, do Grupo Coco Bambu; José Isaac Peres, dono da gigante de shoppings Multiplan; José Koury, dono do Barra World Shopping, no Rio de Janeiro; Ivan Wrobel, da construtora W3 Engenharia; e Marco Aurélio Raymundo, o Morongo, dono da marca de surfwear Mormaii.

No grupo também está Marlos Melek, juiz curitibano que ajudou a redigir o projeto de lei da reforma trabalhista do governo Michel Temer (MDB), após o golpe na presidenta Dilma Rousseff (PT).

Segundo a coluna, o apoio a um golpe de estado para impedir a eventual posse de Lula ficou explícito no dia 31 de julho. José Koury, proprietário do shopping Barra World e com extensa atuação no mercado imobiliário do Rio de Janeiro, foi quem abordou o tema, ao dizer que preferia uma ruptura à volta do PT. Koury defendeu ainda que o Brasil voltar a ser uma ditadura não impediria o país de receber investimentos externos. “Prefiro golpe do que a volta do PT. Um milhão de vezes. E com certeza ninguém vai deixar de fazer negócios com o Brasil. Como fazem com várias ditaduras pelo mundo”, publicou.

A discussão sobre o tema se estende com visões extremistas em defesa do golpe, intervenção militar, críticas ao Supremo Tribunal Federal e ao ministro Alexandre de Moraes. Em uma das conversas, José Koury sugeriu, no dia 31 de maio, que os empresários poderiam pagar bônus aos funcionários que votassem de acordo com os seus interesses. “Alguém aqui no grupo deu uma ótima ideia, mas temos que ver se não é proibido. Dar um bônus em dinheiro ou um prêmio legal pra todos os funcionários das nossas empresas”, disse Koury. No entanto, Morongo mostrou ponderação. “Acho que seria compra de votos… complicado”, respondeu.

Imagem: Reprodução

Nas redes sociais, a campanha pelo boicote das marcas dos empresários bolsonaristas golpistas tem feito barulho e é apoiada por diversas personalidades.

Empresas e empresários envolvidos:

– Luciano Hang, Havan;
– Afrânio Barreira, Coco Bambu;
– José Isaac Peres, Multiplan (shoppings);
– José Koury, Barra World Shopping (RJ);
– Ivan Wrobel, Construtora W3 Engenharia;
– Marco Aurélio Raymundo, o Morongo, Mormaii (surfwear);
– Tecnisa (construtora).
– Grupo Sierra (Rio Gde do Sul, móveis de luxo)