Equipe menos bem classificada do torneio no ranking FIFA,  a seleção sul-americana tem escrito, até agora, uma das muitas histórias de sucesso na Copa do Mundo

Foto: Franck Fife | AFP

Por Grace Ketly Barbosa da Silva Lima

Em uma Copa do Mundo cujas equipes que compunham o grupo H eram Alemanha, Marrocos, Colômbia e República da Coreia, quem arriscaria dizer que o time sul-americano sairia classificado em primeiro lugar? A Alemanha não conseguiu, nem mesmo, se classificar para as oitavas de final, ficando de fora, pela primeira vez na história, depois de uma derrota para a própria Colômbia. Como última seleção do continente americano de pé, todo fã de boa vontade deve apoiar, fervorosamente, esse time, seja por seu estilo elétrico de jogo ou por tudo o que suas jogadoras têm superado. A equipe tentará uma vaga nas semifinais no sábado, dia 12,  em um confronto contra a campeã europeia Inglaterra.

Com uma campanha histórica, tendo conseguido chegar, pela primeira vez, às quartas de finais do torneio, as colombianas são consideradas, até o momento, a “zebra” desta Copa. De acordo com a empresa de Gracenote, especializada em dados esportivos, elas têm menos de 1% de chance de conquistar o título. Mas, depois de toda a jornada do time, desde a fase de grupos, não seria surpresa se chegasse às semifinais, já que vem desafiando as probabilidades nas últimas semanas.

O impacto da classificação na Colômbia

A seleção vem encantando a cada feito. O astro colombiano Luis Díaz, em uma publicação no Twitter, após a vitória por 1 a 0 sobre a Jamaica, postou: “Essas guerreiras nos fazem sonhar. Vamos, Colômbia, estamos com vocês”.

Radamel Falcão, ex-capitão da seleção masculina da Colômbia, também fez uma postagem para as atletas, no Twitter: “Escrevendo sua própria história, parabéns. Toda a Colômbia está com vocês””

Em entrevista à Fox Sports, a ex-estrela Melissa Ortiz foi às lágrimas ao explicar o impacto da classificação para o país e, principalmente, para as mulheres: “Só pensando em tudo que a gente passou como país, como mulher. Não se trata apenas da seleção feminina de futebol, trata-se de mulheres na Colômbia e na América do Sul”, disse. A atleta fez parte do movimento que pressionou a Federação Colombiana de Futebol (FCF) a levar o futebol feminino a sério.

O segredo colombiano

Foto: Franck Fife / AFP

A mescla de gerações é um dos grandes trunfos dessa seleção. Embora a renovação entre grandes astros e jovens atletas seja uma etapa importante e necessária, grandes seleções, como EUA, Canadá e Brasil, saíram do torneio, exatamente, por conta disso. Mas a Colômbia, até então, não enfrentou problemas e tem podido contar com jogadoras mais consagradas, como a capitã Catalina Usme e a atacante Mayra Ramírez, e também estrelas em ascensão, como a atacante Linda Caicedo e a zagueira Ana María Guzmán. O time pareceu conseguir equilibrar, em uma equação quase perfeita, experiência e juventude. 

Mayra Ramirez, do Levante, tem sido presença fixa, seja jogando centralizada ou mais à direita, alternando com Usme. Atrás delas, Leicy Santos, do Atlético de Madrid, tem sido a faísca criativa. Juntas, elas mostram que podem causar grandes problemas para o time inglês, que já teve suas dificuldades diante da Nigéria pelas oitavas de final.

Aconteça o que acontecer, Las Cafeteras chegaram com ar fresco para a Copa do Mundo de 2023 e, seja no sábado ou ainda, mais à frente, voltarão orgulhosas para casa. 

 

Inglaterra x Colômbia

Data e hora: Sábado, 12/08, às 7h30 – horário de Brasília

Competição: Copa do Mundo Feminina – Quartas de final

Transmissão: Cazé TV (YouTube) e FIFA+ (streaming)

Local: Accor Stadium, na Austrália

 

Fontes: CNN, FOX Sports, ESPN, Estadão e FIFA 

Texto produzido em cobertura colaborativa da NINJA Esporte Clube