Dia de mobilização nacional em defesa da democracia e por eleições livres será marcado pela leitura na “Carta aos Brasileiros e Brasileiras” na Faculdade de Direito da USP

Ato pela democracia realizado em 2021 na Avenida Paulista. Foto Mídia NINJA

Por Mauro Utida

O ato pela democracia que ocorrerá na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), Largo de São Francisco, nesta quinta-feira, dia 11, para leitura da “Carta aos Brasileiros e Brasileiras”, no Pátio das Arcadas, às 11h, será acompanhado de uma mobilização nacional pelas ruas do país. Grandes atos estão marcados em 21 capitais brasileiras neste dia.

A data simbolizará um marco na luta contra a escalada do autoritarismo que volta a ameaçar a liberdade e os direitos da população, desta vez estimulada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), com seus discursos contra o sistema eleitoral, ataques a ministros do Supremo Tribunal Eleitoral (TSE) e as urnas eletrônicas.

Movimentos sociais e estudantil, centrais sindicais que compõem as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo vão ocupar a Avenida Paulista, com concentração em frente ao MASP, a partir das 17 horas. Cidades do interior também estão se organizando para incentivar a população a sair às ruas em defesa da democracia brasileira.

Chamado de “Dia de mobilização nacional em defesa da democracia e por eleições livres” está sendo organizado pela CUT, demais centrais sindicais, movimentos populares, partidos políticos, estudantis e outras entidades da sociedade civil.

A juventude brasileira também estará nas ruas nesta quinta-feira. Como parte do Mês do Estudante, a União Nacional dos Estudantes (UNE) havia definido a data como um dia de manifestações contra o golpismo de Bolsonaro.

“Há um risco sério para a democracia no país – um golpe – por causa dos ataques de Bolsonaro, entre eles a incitação ao ódio às instituições como o Supremo Tribunal Federal (STF) e as urnas eletrônicas, insinuando, inclusive, que não aceitará o resultado das eleições deste ano”, afirma o secretário-adjunto de Mobilização e Relacionamento com os Movimentos Sociais da CUT, Milton dos Santos Rezende, o Miltinho.

A mobilização nacional também é uma resposta ao ato de 7 de setembro que Bolsonaro está defendendo com pautas antidemocráticos, inclusive, com a possibilidade de usar às Forças Armadas para se promover. “Bolsonaro insiste em praticar atos antidemocráticos para mostrar poder junto às Forças Armadas, já que não tem apoio popular. Por isso precisamos ir às ruas e por meio das manifestações fazer a disputa política dentro das regras que a própria democracia estabelece”, declarou o dirigente da CUT.

Manifesto pela democracia

O manifesto foi criado na Faculdade de Direito da USP e é inspirado na Carta aos Brasileiros de 1977 – um texto de repúdio ao regime militar, redigido pelo jurista Goffredo Silva Telles, e lido também na faculdade do Largo de São Francisco. A carta em defesa da democracia está disponível para assinatura do público em geral e até o momento conta com aproximadamente 820 mil assinaturas. Para assinar CLIQUE AQUI

Na mobilização deste ano, o ato no Largo de São Francisco, no centro de São Paulo, está marcado para esta quinta-feira (11) e a leitura da “Carta aos Brasileiros e Brasileiras” acontece no Pátio das Arcadas, às 11h.

A inciativa da USP conta com a adesão de todos os setores da sociedade, de trabalhadores a banqueiros, passando por juristas, empresários e artistas.

Veja onde já tem atos marcado:

Alagoas
Maceió – Praça do Centenário, 8h

Amazonas
Manaus – Praça da Saudade, às 15h

Bahia
Salvador – Praça do Campo Grande, às 9h

Ceará
Fortaleza – Praça da Bandeira, às 9h; Gentilândia, às 16h; e Casa do Estudante, às 19h

Distrito Federal
Brasília – Às 15h, tem ato no Congresso Nacional.

Espírito Santo
Vitória – Praça Costa Pereira, 10h

Goiás
Goiânia – Praça Universitária, às 17h

Maranhão
São Luiz – Praça Deodoro, às 16h

Minas Gerais
Belo Horizonte – Praça Afonso Arinos, às 17h

Mato Grosso
Cuiabá – Liceu Cuiabano, às 19h

Mato Grosso do Sul
Campo Grande – Câmara Municipal, às 10h

Pará
Belém – Mercado São Braz, às 17h

Paraíba
João Pessoa – Lyceu Paraibano, às 14h

Paraná
Curitiba – Praça Santos Andrade, às 15h30

Pernambuco
Recife – Rua da Aurora, às 15h

Piauí
Teresina – Praça Rio Branco, às 8h30

Rio de Janeiro
Rio de Janeiro – Candelária, às 16h

Rio Grande do Norte
Natal – Midway Mall, às 14h30

Rio Grande do Sul
Porto Alegre – Colégio Júlio de Castilhos, às 8h; Faculdade de Direito da UFRGS, às 10h; e ato Palácio Piratini, às 12h

Rondônia
Porto Velho – UNIR Centro, às 17h (concentração às 16h30)

Santa Catarina
Florianópolis – Auditório da Reitoria da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), às 10h

São Paulo
São Paulo – Às 9h e às 17h, atos de massa serão realizados em frente ao Masp, na Avenida Paulista.
São Paulo – Às 11h, será lida a Carta às brasileiras e brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito, na faculdade de Direito da USP.
Campinas – Largo do Rosário, às 10h
Ribeirão Preto – Faculdade de Direito, às 10h; e Esplanada do Teatro Pedro II, às 17h
Santos – Praça dos Andradas, às 10h

Sergipe
Aracaju- Praça Getúlio Vargas, Bairro São José, às 15h

Defesa Permanente

A mobilização em defesa de democracia será permanente. Além dos dias 11 e 13 de agosto, no dia 7 de Setembro movimentos sociais voltam às ruas no tradicional Grito dos Excluídos. Três dias depois, o dia 10, CUT, centrais, movimentos populares e partidos políticos além de outras entidades da sociedade civil estarão nas ruas novamente em defesa da democracia, de eleições livres e contra a violência política.

Dia 13, mulheres nas ruas por direitos

As mulheres, que já em 2018 expressam oposição ao então candidato Jair Bolsonaro por seu histórico fascista de misoginia, machismo e homofobia, reforçam a jornada pela democracia indo às ruas no dia 13 de agosto em todo. Além da defesa da demcoracia, as mulheres lutam contra os desmontes promovidos nos últimos anos que impactaram de forma mais profunda o segmento.

“O movimento ‘Vamos juntas pelo Brasil’ reforça e mantém vivo esse espírito de luta, que é histórico em torno de uma luta, pela democracia, contra essa violência que estamos vivendo contra o povo brasileiro”, diz Juneia Batista, secretária da Mulher Trabalhadora da CUT.

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