A decisão começa a valer ainda este ano para fabricação e importação de seis tipos populares de plásticos; venda será banida em 2023.

Objetivo é reduzir o consumo de plásticos de uso único, um dos maiores problemas ambientais da atualidade. Foto: Divulgação/Pixabay

Por Mauro Utida

Em uma iniciativa inédita, o Canadá passará a estabelecer regras que proíbem plásticos de uso único, como sacolinhas e talheres, a partir de dezembro de 2022. As novas regras divulgadas pelo governo canadense, no mês passado, estabelecem proibição da fabricação e importação de seis tipos de itens populares. Além de sacolas plásticas e talheres também estão inclusos outros plásticos que só seriam utilizados uma vez, como canudos e embalagens de comidas para viagem além de anéis que costumam estar presentes em embalagens de latas de bebida vendidas em alguns países.

No final de 2023, a previsão é que a venda de todos estes produtos também seja proibida. Segundo o governo do Canadá, o intervalo de um ano foi projetado para dar às empresas tempo suficiente para a transição de seus estoques. 

O objetivo é reduzir o consumo de plásticos de uso único, um dos maiores problemas ambientais da atualidade. O primeiro-ministro, Justin Trudeau, estima que o novo regulamento deve eliminar aproximadamente 1,3 milhão de toneladas de resíduos plásticos nos próximos dez anos, informou. 

“A população canadense foi muito clara conosco. Eles estão cansados ​​de ver lixo plástico em parques, ruas (e outros locais)”, afirmou o ministro da saúde Jean-Yves Duclos durante o anúncio oficial, segundo o The Guardian. 

O país também prometeu garantir que todas as embalagens plásticas contenham pelo menos 50% de conteúdo reciclado até 2030.

Impacto ambiental

Regras semelhantes foram promulgadas na França no ano passado e sinaliza um movimento mais amplo de governos para tentar frear a produção de plásticos descartáveis. Em março deste ano, a ONU anunciou o início dos trabalhos em primeiro tratado global contra a poluição por plástico, a medida foi celebrada por ambientalistas.

Porém, alguns ativistas alertam que há muito mais para ser feito. “A medida do Canadá é uma gota no balde. Até que o governo leve a sério as reduções gerais da produção de plástico, não veremos o impacto que precisamos ver no meio ambiente ou em nossos fluxos de resíduos”, declarou Sarah King, chefe da campanha de oceanos e plásticos do Greenpeace Canadá, à CBC.