Foto: Rovena Rosa/ Agência Brasil

A tese de que “o Brasil não pode parar” para salvar a economia não é tão verdadeira. Assim apontam economistas em diversas leituras publicadas nas mídias nos últimos dias e que vem ganhando vários adeptos. A longo prazo, portanto, a campanha de Bolsonaro, se efetivada, pode trazer prejuízos piores que o governo aponta para o curto prazo.

Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, é um dos economistas que têm apontado a questão. “Dá a impressão de que há uma alternativa sem custo, que seria fazer o (isolamento) vertical. Mas isso não é verdade”, afirmou em entrevista publicado no jornal O Globo.

A visão estratégica, neste caso, é compreender que a crise econômica é efeito da pandemia e não do isolamento. A capacidade produtiva não seria mantida sem a quarentena. Tendo a dimensão da doença, uma liderança faria o possível para se livrar dela o mais rápido possível. Tempo é palavra-chave para um bom economista. E o que mais se evidencia na crise do coronavírus que o método para fazer a curva de contágio cair de forma mais veloz é uma só: a quarentena.

“Na pandemia da gripe espanhola, cidades que agiram mais cedo e com mais força tiveram desempenho econômico melhor”, afirma Pedro Menezes, do Instituto Mercado Popular, em coluna para Infomoney.

Pedro traz elementos da gripe de 1918 mas também podemos buscar evidências mais próximas como a próxima pandemia do covid-19. Na Coreia do Sul, o confinamento total foi a estratégia para conter a propagação do vírus de forma rápida, testando massivamente a população e isolando infectados.