Foto: Mídia NINJA

Nascida na Favela Cinco Bocas, Sol Miranda (PSB) é uma das candidaturas negras que disputam uma vaga como deputada federal a partir do Rio de Janeiro. Ativista negra e bissexual, atriz, realizadora, pesquisadora, produtora e cofundadora da companhia Emú de Teatro, uma das mais relevantes do Rio, Sol traz a cultura como um dos principais pilares de sua campanha.

“A gente tem um olhar da cultura que é muito voltado para o campo artístico, que é um braço fundamental da cultura, mas não é só isso”, afirma Sol. “A gente viva a cultura da fome, a cultura do estupro, a cultura da LGBTfobia. O Brasil é um dos países que mais matam LGBTs no mundo. A gente morre enquanto povo preto todos os dias. A cada 23 minutos um jovem negro morre no Brasil. A cultura é um braço pra construção da nossa sociedade”.

Foi nas artes que Sol começou a acumular conquistas em sua carreira. Coidealizou o projeto “Segunda Black”, um espaço de encontro, pesquisa e apresentações de experiências cênicas de artistas negros, que ganhou o Prêmio Shell de Teatro em 2019 e o Prêmio Questão de Crítica no mesmo ano. No ativismo, recebeu a Homenagem Carolina Maria de Jesus da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro por iniciativa da deputada Renata Souza.

Para Sol, a favela também é parte fundamental para compreensão da cultura e por isso sua campanha pauta pela prioridade das periferias no orçamento público. “A arte é um dos vetores mais importantes pra nossa sobrevivência, sobretudo num país com tantas violências”, disse.

Além disso, ela ainda aponta uma necessidade de valorização da cadeia produtiva e, por consequência, o aspecto econômico da cultura para o desenvolvimento do país. “Nós trabalhadores e fazedores de cultura somos uma rede muito grande. Quando eu vou falar de arte, eu preciso pautar não só o artista, o diretor, o produtor, mas também os garçons, os seguranças, os ambulantes que estão nas ruas, as costureiras”.

Nas ruas, Sol afirma que sente o dever da política entrar no cotidiando da favela de forma mais acessível. “A linguagem política é muito chata. Ela é dura e ela faz inclusive a gente entender que esse espaço da política não é pra gente”, disse. “A gente tem tentado trazer um outro formato, uma outra linguagem”.

Campanha de Mulher

Esta entrevista faz parte da Campanha de Mulher, projeto autônomo de visibilidade para candidaturas feministas da ELLA – Rede Internacional de Feminismos.

A Campanha de Mulher é um trabalho informativo voltado ao interesse público, não configurando assim uma propaganda eleitoral. Reafirmamos nosso comprometimento com a defesa da democracia e com as pautas defendidas pelas candidaturas progressistas.

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