“A imunidade parlamentar não pode ser alvo de abuso”, disse o ministro da Justiça e Segurança Pública Flávio Dino

Deltan Dallagnol, ex-coordenador da Operação Lava Jato e atual deputado pelo Paraná. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Flávio Dino, ministro da Justiça e Segurança Pública, solicitou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que o deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR) seja incluído como investigado no Inquérito das Fake News. O ex-procurador compartilhou informações falsas sobre uma visita de Dino ao Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, em entrevistas concedidas à CNN Brasil e à Jovem Pan.

Em 13 de março, Dino participou do lançamento de um documento sobre os efeitos da violência armada no Complexo e se juntou a uma roda de conversa com delegações ligadas aos direitos humanos.

Ministro Flávio Dino com ativistas sociais na Maré, Rio de Janeiro. Foto: Tom Costa/MJSP

Segundo Flávio Dino, a propagação de uma série de postagens de caráter racista e preconceituoso criminaliza o Complexo da Maré, que reúne 16 comunidades onde vivem mais de 140 mil pessoas.

“Fiz essa representação na medida em que ele, infelizmente, repetiu o disparate de que minha ida ao Complexo da Maré teria derivado de um acordo com o crime organizado. Tenho biografia, ficha limpa e não aceito que absolutamente ninguém invente ou propague uma calúnia dessa proporção”, afirmou Dino nesta quarta-feira (5). “A imunidade parlamentar não pode ser alvo de abuso, não pode ser desviada de sua finalidade. Ela não é escudo para cometimento de crime.”

A NINJA publicou na última semana que o ministro entrou com notícia-crime, no Supremo Tribunal Federal, contra sete parlamentares bolsonaristas, incluindo o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), devido a postagens nas redes sociais associando o ministro ao crime organizado.