Por: Giovanna Cecília Souza

Uma pesquisa feita pela Revista EFDesportes com jogadoras, mostrou que 100% das entrevistadas já sofreram algum tipo de preconceito dentro da modalidade. A profissionalização no país é difícil, além das jogadoras não contarem com o mesmo investimento público ou privado que recebe o futebol masculino. A segregação de gênero que acontece no esporte não afeta somente jogadoras, mas também torcedoras, árbitras, jornalistas, entre outras.

O mundo futebolístico se mostra hostil para as mulheres. Dessa forma, também existe dados de relação entre violência doméstica e dias de jogos. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Avon com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública apresenta o registro de boletins de ocorrência de ameaça contra as mulheres aumentando em até 25,9% em dias de jogos do time onde a partida é na própria cidade.

O recorte de dados por perfis de vítima apontam que a violência doméstica tem cor e faixa etária. Nas capitais de Salvador e Belo Horizonte, mulheres negras correspondem à mais da metade das vítimas, chegando a 8 em 10 na capital baiana. Casos de agressão física acometem em sua maior parte mulheres entre 18 e 29 anos.

A pesquisa considerou os jogos do Brasileiro entre 2015 e 2018 e crimes sofridos por mulheres em cinco capitais brasileiras: Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Porto Alegre e Belo Horizonte.

Apesar de os dados apontarem que o futebol em si não é a causa das agressões, contudo, funciona como um projetor de emoções, principalmente quando o time tem um resultado negativo. O futebol reflete também a sociedade e seus efeitos negativos para além das torcidas, de forma que possui a capacidade de aumentar comportamentos masculinos agressivos.

Ainda há um longo caminho para ser percorrido e alcançar a plena igualdade de gênero dentro e fora dos campos. Campanhas de conscientização pelos clubes de futebol e pesquisas vão sendo mobilizadas para melhorar o cenário feminino no esporte e para além dele. Assim, seguimos na luta pela ampla garantia dos direitos das mulheres.