“É com a apresentação do ‘Mein Kampf’, de Hitler, que peço para que este Parlamento se fortaleça”, disse João Henrique Catan, do PL

Deputado bolsonarista João Henrique Catan (PL) exalta Hitler em sessão da Assembleia do Mato Grosso do Sul. Foto: reprodução

João Henrique Catan, deputado bolsonarista do PL, mesmo partido de Jair Bolsonaro,  exaltou Hitler e o livro ‘Mein Kampf’ em uma sessão na Assembleia Legislativa  do Mato Grosso do Sul nesta terça-feira (7). Durante a fala do deputado, ele afirmou que o livro deveria “guiar as ações do Legislativo estadual”, disse. Em nota divulgada, o deputado afirmou que considera ‘repugnante’ as ideias de Hitler.

“É com a apresentação do ‘Mein Kampf’, de Hitler, que peço para que este Parlamento se fortaleça, se reconstrua e se reorganize nos rumos do que foi o Parlamento Europeu da Alemanha”, disse o deputado.

 

 

O parlamentar ficou conhecido por disparar tiros com uma arma de fogo enquanto votava, numa sessão remota do Legislativo, um projeto de sua autoria no ano passado.

Na mesma sessão, João Henrique Catan havia criticado o veto para venda do livro no Brasil. No nosso país, divulgar e comercializar produtos e discursos nazistas é crime e pode chegar a dois anos de reclusão e cinco anos de multa.

Em sua defesa, o deputado defendeu o ‘aprendizado’ que o livro, considerado a bíblia de Hitler, pode oferecer para os sistemas democráticos, que, segundo ele, são inspirados no modelo romano-germânico.

“Tudo que está escrito no livro é repugnante, mas serve de aprendizado do porquê não podemos apoiar ditaduras como alguns partidos apoiam. Nossa fala de hoje foi justamente em crítica às estratégias de Hitler para anular o parlamento. A fala foi CONTRA o nazismo, contra a aniquilação do parlamento por Hitler, contra a cassação dos direitos políticos, contra as estratégias usadas por Hitler para enfraquecer e acabar com o parlamento. A crítica revela que a democracia no nível estadual está fragilizada, de maneira disfarçada, institucionalizada, legalizada pelo governador do Estado, pela coalisão, está entrando em autofagia, ao queimarem a independência do parlamento estadual”, disse o deputado.

Uma lei aprovada pelo Congresso enquadra a apologia ao nazismo, que prevê reclusão de um a três anos e multa para os que praticam, induzem ou incitam preconceito de raça, cor, etnia ou procedência nacional.

“Escrever, editar, divulgar e comerciar livros fazendo apologia de ideias preconceituosas e discriminatórias contra a comunidade judaica constitui crime de racismo sujeito à inafiançabilidade e imprescritibilidade”, defendeu o Supremo Tribunal Federal.

Segue a nota do deputado na íntegra:

“Nossa fala foi CONTRA o nazismo, contra aniquilação do parlamento por Hitler, contra a cassação dos direitos políticos, contra as estratégias usadas por Hitler para enfraquecer e acabar com o parlamento. O Governo do Estado orientou sua base a votar contra um requerimento simples, que visava detalhar contratações com cargos comissionados do estado. Coisa simples, da atividade fiscalizatória e devido exercício da atividade parlamentar. A citação foi justamente oposta a esse sentido, em crítica às estratégias de Hitler para anular o parlamento, corrompera democracia, até que colocou, por meio de infiltrado, fogo no parlamento alemão.

A crítica revela que a democracia no nível estadual está fragilizada, de maneira disfarçada, institucionalizada, legalizada pelo governador do Estado, pela colisão, está entrando em autofagia, ao queimarem a independência do parlamento estadual. Ou seja, Hitler anulou o parlamento colocando fogo no prédio, o Governo do Estado do MS ateou fogo no parlamento estadual construindo sua base para que renunciem ao exercício e independência da atividade parlamentar”, conclui a nota.

Apologia do bolsonarismo pelo nazismo

Foto: reprodução

O governo de extrema direita de Jair Bolsonaro (PL) também abrigou nomes como Roberto Alvim, ex-secretário nacional da Cultura, após Bolsonaro promover o desmonte do Ministério da Cultura.

Ao som de Richard Wagner, o compositor favorito de Adolf Hitler, o secretário de plagiou em pronunciamento que foi ao ar nas redes sociais trechos de um discurso do ministro da Propaganda do führer nazista, Joseph Goebbels.

“A arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional. Será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional e será igualmente imperativa […] ou então não será nada”, diz Alvim no vídeo.

O líder nazista havia dito: “A arte alemã da próxima década será heroica, será ferrenhamente romântica, será objetiva e livre de sentimentalismo, será nacional com grande páthos e igualmente imperativa (…) ou então não será nada”.

O caso provocou revolta nas redes sociais e a manifestação dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Supremo, Dias Toffoli. A Confederação Israelita do Brasil considerou “inaceitável” o uso do discurso. No início da tarde desta sexta, o Governo demitiu o secretário

*Com informações de agências