Vivendo grande fase, o atacante é símbolo da nova geração de talentos da Seleção Brasileira

Foto: Lucas Figueiredo / CBF

Por Mariana Walsh

No dia 16 de maio de 2017, com apenas 16 anos, uma jovem promessa do futebol brasileiro fazia sua estreia entre os profissionais. O até então garoto, entrou em campo com a camisa 20 do Flamengo, diante de um Maracanã lotado, no segundo tempo de um jogo contra o Atlético Mineiro, válido pelo Campeonato Brasileiro. E foi ali, que Vinícius José Paixão de Oliveira Júnior começou a escrever sua história rumo à elite do futebol mundial.

Vini Júnior, como é mais conhecido, nasceu e cresceu em São Gonçalo, região metropolitana do Rio de Janeiro, onde deu os primeiros passos no esporte em uma escolinha do Flamengo. Seu talento além do normal com a bola nos pés logo chamou atenção. Quando tinha 7 anos, jogava com meninos de 9, e assim seguiu sempre jogando em categorias acima da sua.

Aos 15 anos, integrou o time campeão da Copa Brasil de Futebol Infantil, e logo em seguida disputou a Copa São Paulo de Juniores (uma competição sub-20). Com destaque em ambos os torneios, foi convocado para a seleção sub-17, disputou o campeonato sul-americano da categoria e se sagrou campeão, artilheiro e melhor jogador. A partir daí, seu nome já era falado em outros países e clubes europeus passaram a monitorá-lo de perto.

Antes mesmo de completar 18 anos, Vinícius Júnior foi vendido para o Real Madrid por 45 milhões de euros, mesmo sem ainda poder jogar pelo clube. Por conta das regras existentes, ele só desembarcou na Espanha depois do seu décimo oitavo aniversário. A transferência é, até hoje, a maior da história do clube rubro-negro e a segunda maior do futebol brasileiro, ficando atrás apenas da venda de Neymar para o Barcelona.

Ao chegar no clube merengue, o jovem passou por um período de adaptação no Castilla, time B do Real. Com boas atuações, foi integrado ao elenco principal e chegou a ser titular em alguns jogos na sua primeira temporada na Espanha. Apesar disso, fez apenas 6 gols e 4 assistências em 49 jogos, o que fez com que ele fosse muito questionado pela mídia e pelos torcedores.

Mesmo tão jovem, Vinícius soube lidar com a pressão e as críticas e deu a volta por cima. Em 2022, fez uma temporada incrível pelo clube, sendo destaque na conquista do título da Champions League, mas precisou continuar a lidar com outro problema: o racismo. Após ser vítima de uma declaração racista e xenofóbica em um programa da televisão espanhola, por conta das danças que faz para comemorar seus gols, o atacante não se calou e deixou um recado forte nas redes sociais.

‘São danças para celebrar a diversidade cultural do mundo. Aceitem, respeitem ou surtem. Eu não vou parar.’

Atualmente com 22 anos, Vini ainda é um jovem que busca se firmar cada vez mais no meio futebolístico. Entretanto, também é pelo que faz fora de campo que ele vem sendo conhecido. Pelo seu posicionamento na luta antirracista, pelo trabalho que faz através da Fundação Vinícius Júnior e pelo seu jeito descontraído. Hoje, ele estreia em uma Copa do Mundo pela seleção brasileira, e com certeza, milhares de jovens estarão acompanhando, sua característica alegria com a bola nos pés, em frente a TV e sonhando em um dia ser como Vinícius Júnior.

Texto produzido em cobertura colaborativa da NINJA Esporte Clube.