Com a prisão do ex-ministro da educação Milton Ribeiro, e os escândalos de corrupção no Ministério da Educação (MEC), um dos principais argumentos durante a campanha de Bolsonaro nas eleição de 2018, serão deixados em segundo plano nas discussões eleitorais deste ano.

Foto: Pedro Ladeira

Por Kaio Duarte Costa 

Coordenada por Fábio Wajngarten, ex-secretário especial da Presidência da República, a comunicação da pré-campanha de Jair Bolsonaro à reeleição contará com a ajuda do PL, que bancará a sua disputa. A composição deste time contará com alguns assessores palacianos, que aguardam a exoneração.

A investigação sobre a montagem de um balção de negócios no MEC foi assunto na mesa dos aliados no Planalto, fazendo o próprio presidente engolir amargamente o “Jair Anticorrupção” e se contradizer nesta quarta-feira (29), dizendo haver a possibilidade de desvio de verbas públicas em seu governo.

Sua figura de presidente sarcástico e incorruptível, que era recebida sob palmas nos eventos do Planalto por seus aliados, se vê cada vez mais prejudicada por suas próprias falas, cometendo diversos erros que pode custar a reeleição e o levar a prisão.

Em 2020, durante o evento de lançamento do programa Voo Simples, Bolsonaro disse ter “acabado com a Lava Jato, porque não tem mais corrupção no governo”. A sua fala foi recebida com palmas e elogios por seus apoiadores, que hoje fogem do assunto. Seus discursos pioram em 2021, durante uma de suas motociatas, aonde afirma ser “responsável por tudo que acontece ou deixa de acontecer em seus ministérios”.

As contradições do presidente tem manchado ainda mais sua própria imagem, que tem sido uma pedra no sapato de sua campanha. Para tentar resgatar o seu respeito e confiabilidade eleitoral, seus aliados estão organizando “agendas positivas” com campanhas e entregas em todos os ministérios, para serem usados em propagandas e postagens nas redes sociais.

Combustíveis, pobreza, ampliação de benefícios e auxílios parecem estar no foco do governo, que atualmente lida com uma corrida contra o tempo para o máximo de projetos aprovados. A “PEC da Bondade” aprovada recentemente no Senado, é essencial para recuperar a popularidade com a população carente, que sofre com a miséria devido o descaso de seu governo.