Investigação apura discurso transfóbico em que deputado usou uma peruca loira para atacar mulheres transexuais

Foto: Agência Câmara

A partir desta terça-feira (31), o deputado bolsonarista Nikolas Ferreira (PL-MG) é oficialmente investigado pelo Conselho de Ética da Câmara dos Deputados devido ao discurso transfóbico em que usou uma peruca para atacar mulheres transexuais. A declaração foi feita durante uma sessão na tribuna da Câmara, no dia 8 de março.

A representação foi aberta pelos partidos PSOL, PDT, PSB, PCdoB e PT, que acusam o deputado de crime de transfobia. Eles defendem a perda do mandato de Nikolas Ferreira.

O caso de Nikolas Ferreira é apenas um dos sete processos por quebra de decoro parlamentar instaurados pelo Conselho de Ética. Além disso, deputados de outras legendas também estão sendo investigados por diversos motivos, como ofensas, ameaças e importunação sexual.

Um outro caso envolve a deputada Carla Zambelli (PL-SP), acusada de proferir xingamentos contra o deputado Duarte Júnior (PSB-MA) durante uma reunião da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, que recebia o ministro da Justiça, Flávio Dino.

O Conselho de Ética, presidido pelo deputado Leur Lomanto Júnior (União-Brasil-BA), está conduzindo os processos e realizou um sorteio para definir os relatores de cada caso. A expectativa é de que essas investigações tenham desdobramentos significativos no ambiente político, evidenciando a importância do respeito mútuo e da ética no exercício do mandato parlamentar.

No entanto, uma das deputadas agora investigadas, Talíria Petrone (PSOL), afirmou que o Conselho tem a obrigação de atender os requisitos legais e afirmou que seu mandato é combativo.

“Ética é se movimentar para livrar da responsabilização aqueles que extraem madeira ilegal? Ética é se reunir com garimpeiro ilegal? Não nos calarão e nem nos intimidarão! Nosso mandato nunca se furtará de sempre dizer a verdade e de sempre estar do lado certo da história!”, afirmou a deputada.