Mais um caso de racismo termina em assassinato nesta semana no Rio de Janeiro. Na porta de casa, Durval Teófilo Filho, homem negro de 38 anos, foi baleado e morto por seu vizinho que alegou tê-lo confundido com um “ladrão”. O caso aconteceu em São Gonçalo, por volta das 23h da última quarta-feira (2). A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) indiciou o atirador, Aurélio Alves Bezerra, que é sargento da Marinha, por homicídio culposo, afirmando que não houve intenção de matar. Ele foi preso em flagrante. A família reforça que se trata de um caso de racismo.
“Tenho certeza que isso aconteceu porque ele é preto”, afirmou a esposa de Durval.
Conforme noticiado pelo G1, ela complementa: “Mesmo eles falando que ele era morador do condomínio, o vizinho não quis saber. Para mim, foi racismo sim”.
O sargento falou em depoimeto que que atirou três vezes em Durval, atingindo sua barriga, e somente depois constatou o “engano”. Ele chegou a prestar socorro e levar Durval para o hospital, que não resistiu aos ferimentos. Ainda conforme informado pela DHBF, há possibilidade que o sargento seja liberado após o pagamento de fiança de R$ 120 mil, já que ele foi preso por “legítima defesa”.
De acordo com nota da Polícia Civil, o sargento “atirou na vítima em reação a uma suposta tentativa de assalto, enquanto a mesma caminhava e mexia em sua mochila. De acordo com a DHNSG, o autor do crime foi indiciado por homicídio culposo e permanece preso”.
Repercussão
Junto ao recente caso do assassinato do congolês Moïse Kabagambe, diversas pessoas se mobilizam por justiça a Durval e por políticas sérias de combate ao racismo.
“Você batalha para conseguir morar num condomínio onde teoricamente terá mais segurança ao lado de sua família e acaba sendo assassinado por um vizinho”, escreveu o consultor e influencer Luiz Gustavo Queiroga. “Preto correndo é bandido no Brasil, pra militar então.. E a filha de Durval viu tudo. Sério, não dá mais”.
Você batalha para conseguir morar num condomínio onde teoricamente terá mais segurança ao lado de sua família e acaba sendo assassinado por um vizinho. Preto correndo é bandido no Brasil, pra militar então.. E a filha de Durval viu tudo. Sério, não dá maishttps://t.co/LJrFluqWE7
— Luiz Gustavo Queiroga (@lgqueiroga) February 3, 2022
O controle remoto não funcionou e Durval esperava a esposa abrir o portão. Qd Durval mexeu na bolsa, o militar atirou e matou Durval, que chegava do trabalho. Aurelio, o sargento, disse que achou que era um ladrão e foi indiciado por homicídio culposo, qd não há intenção de matar https://t.co/GgN36CWhj4
— Cecília Olliveira (@Cecillia) February 4, 2022
https://twitter.com/MonicaFPsol/status/1489292717565878273
Meus sentimentos à mulher e à filha do Durval Filho. O sargento da Marinha Aurélio Alves Bezerra se achou no direito de acabar com a vida de um pai de família só porque quem se aproximou do seu carro foi uma pessoa negra. Racismo do mais bárbaro e cruel! https://t.co/OVMhBrkGAq pic.twitter.com/Cc8t5npGMD
— Fábio Felix (@fabiofelixdf) February 3, 2022
Nós precisamos de uma rebelião, nós precisamos ir às ruas. Todos os setores do Brasil que dizem ser contra o racismo, tem que praticar isso agora. Todo mundo às ruas no sábado pelo Moïse, mas também pelo Durval. pic.twitter.com/x7S0l7cXx7
— Douglas Belchior #TemGenteComFome (@negrobelchior) February 3, 2022