Foto: Mídia NINJA

Sonia Guajajara, coordenadora da APIB – Articulação dos Povos Indígenas do Brasil – falou na Cúpula do Clima da ONU em Nova York, e em seu discurso, reforçou a disposição dos povos indígenas do Brasil na manutenção do meio ambiente e como devemos todos encampar essa luta juntos “Nós vamos seguir lutando, e queremos lutar junto com vocês porque a luta pela Mãe Terra é a mãe de todas as lutas!”

Confira o discurso na íntegra:

“Estou contente por estar aqui e sei que milhões de pessoas no mundo inteiro estão ansiosas para ajudar a deter os incêndios na Amazônia, na Ásia e na Bacia do Congo.

Neste momento, a imagem da Amazônia em chamas está no mundo inteiro, essa imagem me aterroriza, tenho certeza que a vocês também. Quem queima não são só as árvores, o solo, o ar, os rios. Somos também nós, o povo da floresta. Queima a nossa história e as nossas formas de Viver.

• Aqui está um esforço que acredito que pode ajudar.

• Fiz parte do lançamento da iniciativa inter-religiosa pelas florestas tropicais no Centro do Prêmio Nobel da Paz em Oslo, há dois anos.

• Eu também ajudei a apresentar a declaração e agenda de ação de « Fés pelas Florestas » na Assembleia Mundial das Religiões pela Paz, há algumas semanas.

• E sou membro do Conselho Consultivo da Iniciativa Inter-Religiosa pelas Florestas Tropicais no Brasil.

• Estou dedicando meu tempo a esta iniciativa porque vejo que ela tem um enorme potencial.

• Tem o potencial de gerar um novo impulso para a proteção das florestas e dos direitos dos povos indígenas. As nações indígenas brasileiras desde o primeiro contato com a supremacia branca , foi uma história de resistência e 2019 é um ano de ameaças à sobrevivência indígena no Brasil: Corremos risco de vida com a visão integracionista e assimilacionista do Governo atual que aposta no confronto e no divisionisionismo entre os povos .

• Trabalhando juntos, há tanta coisa que pode ser feita por líderes religiosos inicialmente em parceria com povos indígenas no Brasil, Colômbia, Peru, Congo e Indonésia, mas é um convite sem fronteiras para todos os continentes e juntos precisamos descarbonizar a mente dos chefes das nações, restaurar seus pensamentos e reflorestar o coração das pessoas para o bem-estar de toda a sociedade. Esta pode ser uma nova e poderosa aliança, e é ao mesmo tempo encorajador e energizante ver a crescente preocupação com estas questões.

• • Acolhemos líderes influentes de religião e fé para trabalhar conosco, para ajudar a chamar a atenção do mundo para os desafios que enfrentamos, mas também para estar ao nosso lado quando enfrentamos ameaças e perigos por causa da luta que fazemos em defesa da mãe terra  e de todos os povos do planeta.

No mês de Agosto a primeira Marcha das Mulheres indigenas chamada pelas mulheres indigenas do Brasil, convocou todas as mulheres pra marchar junto na construção do Bem viver para todas as sociedades e equilíbrio do Meio ambiente. Nós vamos seguir  lutando , e queremos lutar junto com vocês  porque a luta pela Mãe Terra é a mãe de todas as lutas!’

Assista o discurso (em inglês)

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Estou contente por estar aqui e sei que milhões de pessoas no mundo inteiro estão ansiosas para ajudar a deter os incêndios na Amazônia, na Ásia e na Bacia do Congo. Neste momento, a imagem da Amazônia em chamas está no mundo inteiro, essa imagem me aterroriza, tenho certeza que a vocês também. Quem queima não são só as árvores, o solo, o ar, os rios. Somos também nós, o povo da floresta. Queima a nossa história e as nossas formas de Viver. Aqui está um esforço que acredito que pode ajudar. Fiz parte do lançamento da iniciativa inter-religiosa pelas florestas tropicais no Centro do Prêmio Nobel da Paz em Oslo, há dois anos. Eu também ajudei a apresentar a declaração e agenda de ação de « Fés pelas Florestas » na Assembleia Mundial das Religiões pela Paz, há algumas semanas. E sou membro do Conselho Consultivo da Iniciativa Inter-Religiosa pelas Florestas Tropicais no Brasil. Estou dedicando meu tempo a esta iniciativa porque vejo que ela tem um enorme potencial. Tem o potencial de gerar um novo impulso para a proteção das florestas e dos direitos dos povos indígenas. As nações indígenas brasileiras desde o primeiro contato com a supremacia branca , foi uma história de resistência e 2019 é um ano de ameaças à sobrevivência indígena no Brasil: Corremos risco de vida com a visão integracionista e assimilacionista do Governo atual que aposta no confronto e no divisionisionismo entre os povos. Trabalhando juntos, há tanta coisa que pode ser feita por líderes religiosos inicialmente em parceria com povos indígenas no Brasil, Colômbia, Peru, Congo e Indonésia, mas é um convite sem fronteiras para todos os continentes e juntos precisamos descarbonizar a mente dos chefes das nações, restaurar seus pensamentos e reflorestar o coração das pessoas. Esta pode ser uma nova e poderosa aliança, e é ao mesmo tempo encorajador e energizante ver a crescente preocupação com estas questões. (+ continua)

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