Ao todo com sete membros homens, a Comissão de Saúde, Promoção Social, Trabalho e Mulher da Câmara Municipal de São Paulo ofereceu para a vereadora Luana Alves, do PSOL, uma “vaga temporária”, para que ela assumisse a Comissão durante o mês de março, em que é comemorado o Dia Internacional da Mulher.

A composição da principal comissão que trata de assuntos das mulheres na maior cidade da América Latina levanta questões sobre a falta de participação feminina na política e nas decisões legislativas. Além disso, a ausência de mulheres na Comissão preocupa sobre a falta de representatividade das decisões políticas que afetam diretamente questões relacionadas à saúde, promoção social e direitos das mulheres.

Luana Alves destacou que nos últimos três anos chegou a ocupar uma vaga na comissão, mas sempre de forma transitória, sem uma posição permanente. Em 2024, nenhum membro da comissão estava disposto a ceder sua vaga para uma mulher, refletindo, segundo a vereadora, a baixa representatividade feminina na Casa Legislativa.

“A falta de participação das mulheres nesta casa é preocupante, assim como a falta de prioridade desta prefeitura em lidar com essa questão. Tentei dialogar com a presidência da casa e com o governo sobre essa pauta, mas não tive resposta”, afirmou Luana Alves.

Por sua vez, André Santos, presidente da comissão e representante do Republicanos, afirmou que a definição dos vereadores ou partidos que compõem a comissão não é prerrogativa do presidente da casa, e sim, de composição de partidos.

A Câmara Municipal de São Paulo informou que regimentalmente não há impedimentos para a formação de uma comissão composta exclusivamente por homens.

A Comissão da Mulher é formada por sete vereadores: André Santos (Republicanos), Aurélio Nomura (PSDB), Major Palumbo (Progressistas), George Hato (MDB), Hélio Rodrigues (PT), Manoel Del Rio (PT) e Rodolfo Despachante (Progressistas).