Começou hoje o júri popular do ex-policial penal Jorge Guaranho, réu por homicídio duplamente qualificado pela morte de Marcelo Arruda, guarda municipal e tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) de Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná. O julgamento está ocorrendo no Fórum de Justiça de Foz do Iguaçu, mais de um ano e oito meses após o crime por motivação política, que ocorreu na noite de 9 de julho de 2022.

“Chegou o grande dia, o dia da justiça. Quero que isso se resolva de uma vez por todas, sabe?”, afirma Pamela Arruda, viúva de Marcelo. “Um momento de alegria se transformou em uma tragédia? Por quê, por causa da decoração, do balão? E o que mais dói é olhar pro bebê e… Perguntar pra ele assim. Pedro, cadê o papai? E o olhar fica perdido. Ele não sabe quem é o papai. Isso é muito triste, isso dói demais”.

Marcelo Arruda estava celebrando seu aniversário de 50 anos, com temática do PT, quando foi baleado pelo ex-policial, que na época era simpatizante do ex-presidente Jair Bolsonaro. Arruda revidou os disparos, mas acabou falecendo na madrugada seguinte.

A primeira etapa do julgamento consiste no sorteio dos sete jurados que formarão o Conselho de Sentença. Jorge Guaranho chegou em Foz do Iguaçu por volta das 22h de quarta-feira (3), vindo da Cadeia Pública de Curitiba, após uma viagem de cerca de 10 horas.

Os jurados selecionados não poderão trocar informações entre si até o final do julgamento, previsto para sexta-feira (5). Primeiramente, serão ouvidas as cinco testemunhas indicadas pela acusação e, em seguida, as cinco indicadas pela defesa, incluindo familiares e amigos tanto de Marcelo quanto de Guaranho. O réu será o último a prestar depoimento.

Após os debates, o júri popular entra na fase de quesitação, na qual os jurados decidem se condenam ou absolvem o réu. O juiz acompanha a decisão da maioria e determina a pena, conforme as circunstâncias admitidas pelo Conselho de Sentença.