Foto: Marcelo Casal Jr / Agência Brasil

Dados divulgados hoje pela corretora Tullett Prebon Brasil revelam a ineficácia do governo Bolsonaro na política de valorização do salário mínimo, um dos pilares de uma boa gestão na área econômica. Jair Bolsonaro será o primeiro presidente do Brasil, desde o Plano Real, a deixar um salário mínimo valendo menos do que quando entrou.

A corretora apontou uma perda do poder de compra em 1,7%. Nenhum governante, em qualquer mandato, deixou um salário mínimo que tivesse perdido o poder de compra.

Conforme apontado pelo jornal Globo, os dados apontam para uma política econômica ainda mais cruel para quem necessita do salário mínimo para sobreviver já que a previsão é de uma aceleração da inflação. “As previsões vêm sendo revisadas para cima há 16 semanas. O piso salarial cairá de R$ 1.213,84 para R$ 1.193,37 entre dezembro de 2018 e dezembro de 2022, descontada a inflação”, aponta o jornal a partir da previsão do Boletim Focus, do Banco Central.

A inflação acelerada é justamente um dos fatores que explicam a desvalorização do salário mínimo. Outro fator é o ajuste fiscal. Reajustes no piso revelam impacto em várias de outras despesas, como benefícios sociais e gastos com Previdência. Há três anos, não há reajuste do piso acima da inflação.

A revista Fórum aponta que um dos marcos das gestões federais de Lula e Dilma foi a política de valorização do salário mínimo. De acordo com o sociólogo Clemente Ganz Lúcio, “desde 2002, a política de valorização garantiu um aumento real de mais de 78%. Com o salário mínimo a R$ 1.212,00, dos quais R$ 533,80 correspondem ao aumento real, o que incrementa anualmente mais de 390 bilhões a massa de rendimentos da economia (sem o aumento real de 78,7% o valor do SM seria de R$ 678,00)”.