Foto: Carla Castro/ Mídia NINJA

Por Carla Castro/ Mídia Ninja

As baixas temperaturas no Rio Grande do Sul levaram o Sport Club Internacional a gerar uma onda de solidariedade para acolher moradores em situação de rua no seu ginásio. A população gaúcha foi convocada a ajudar e a resposta resultou em 2 mil cobertores, 20 mil peças de roupas e cerca de 7 toneladas de alimentos e 2 mil litros de sopa. Ao todo, 120 pessoas dormiram nas dependências do Ginásio Gigantinho. A mobilização contou com a participação de 300 integrantes das torcidas organizadas do clube gaúcho.

Renato de Souza, 47 anos, secretário da torcida Camisa 12, conta que tudo partiu do Inter. “Ver essas pessoas que dormem na rua é terrível. A gente sente frio dentro de casa imagina na rua”. Periodicamente, os integrantes da torcida realizam ações sociais em escolas e creches. “Fiquei muito feliz em poder ajudar. Espero que seja o pontapé inicial”, afirma.

“Trabalho em uma região que tem muitos moradores de rua, sempre converso com eles. Não vejo como muitas pessoas julgam. Essa ação é a melhor que o Inter já fez”, Kelly Velleda, 42 anos.

“Todas as torcidas se uniram para ajudar nessa ação que é inédita. É totalmente diferente poder ajudar. Eu mesma pedi ajuda dos meus colegas de trabalho e recebi doações de itens de higiene que foram distribuídos aqui no Gigantinho”.

O clube gaúcho se inspirou no River Plate que desenvolveu ação semelhante em Buenos Aires quando as temperaturas bateram na casa de 4º. “Ficamos sabendo que o tempo iria mudar bastante nos últimos dias e temos este espaço ocioso aqui. O clube tradicionalmente trabalha com a inclusão social e estamos participando junto com a prefeitura e algumas ONGs ajudando um pouco estes moradores de rua. Nós vamos usar este espaço ocioso para abrigar esta gente”, afirmou o vice-presidente do Inter, João Patrício C. Herrmann. A ação aconteceu na última sexta-feira, 5 de julho.

“Eu moro pela rua. Fico nas bandas da Cidade Baixa. Soube quando estava no bandejão que teria comida e local pra dormir aqui. Passei a tarde caminhando até chegar aqui”, conta um morador de rua que prefere não ser identificado. Ele conta que não mora com a família por ter problemas com drogas. Dados da Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc) cerca de 4 mil pessoas vivem em situação de rua em Porto Alegre. A capital tem 355 vagas em albergues.

 

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