Evento conta com sessões presenciais e on-line, atividades ao ar livre, debates e muito mais

“Ciclo”, animação Holandesa, de 2019. Dirigida por Sophie Olga de Jong e Sytske Kok. Foto: Divulgação

Por Sérgio Madruga

Unindo a paixão pela sétima arte e o debate sobre mobilidade urbana, Brasília-DF recebe a partir desta terça-feira (19), o evento Cine Bike – Festival Internacional de Cinema e Mobilidade Urbana. Fazem parte da seleção de filmes, mais de 30 produções realizadas no Brasil, França, Portugal, Holanda, Suécia, Grã-Bretanha, Itália e Alemanha, em diferentes fases dos séculos 20 e 21. O evento é uma realização do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), com produção da Objeto Sim Projetos Culturais, e vai até o dia 31 de julho.

Além das obras cinematográficas, o Cine Bike contará também com atividades recreativas envolvendo bicicletas, debates, palestras, oficinas e uma mostra on-line (de 29 a 31 de julho), com uma seleção de filmes que ficarão disponíveis para serem assistidos por 24h.

Esta é a primeira vez que o evento acontece no Brasil, que segundo os organizadores, é inspirado em outros festivais de cinema que acontecem em Nova York, Tóquio, Xangai e Montevideo – trazendo a bicicleta como protagonista. Inclusive, este é o objetivo do Cine Bike, promover e difundir a importância da mobilidade urbana através do uso de bicicleta, sendo um meio de transporte sustentável e que traz benefícios à saúde – sem esquecer de fomentar reflexões sobre questões sociais e econômicas que atravessam o tema.

“No Rastro das Cargueiras”, de 2020. Produção nacional dirigida por Carol Matias. O filme apresenta as técnicas, as paisagens e as histórias do grupo de catadores-ciclistas no contrafluxo do consumo urbano em Brasília. Foto: Divulgação

Quem assina a curadoria do festival é Sérgio Moriconi, que em entrevista ao jornal Correio Braziliense, contou que a realização do Cine Bike em Brasília não é algo surpreendente, já que sua geografia e clima são pontos que favorecem a prática do uso de bicicletas como meio de transporte. O curador discorreu ainda sobre a importância de explorar questões inerentes ao ciclismo: “É um tema permanente no mundo inteiro. David Byrne, que redescobriu Tom Zé, escreveu o livro ‘Diários de Bicicleta’. Nele, mostra como andou de bicicleta em várias capitais do mundo e mostra como é fundamental que as megalópoles, hostis à bicicleta e ao pedestre, injetem preocupação com políticas de mobilidade urbana. No livro, ele demonstra que, quanto mais auto-estradas e vias se constroem nas cidades, mais carros passam a circular, provocando ainda maiores engarrafamentos do que anteriormente”, explicou.

Para citar algumas das obras que serão exibidas no festival, estão “O Garoto e a Bicicleta” (1965), primeiro filme do diretor Ridley Scott; os clássicos “Carrossel da Esperança” (1949), de Jacques Tati e “Ladrões de Bicicleta” (1948), de Vittorio de Sica; entre outros.

O documentário/ensaio “O Quadro Invisível” (2009), de Cynthia Beatt, com Tilda Swinton. Foto: Divulgação

A mostra conta também com “O Quadro Invisível” (2009), documentário de Cynthia Beatt, com a atriz Tilda Swinton no elenco; as animações “Ciclo” (2019), de Sophie Olga de Jong e Sytske Kok, e “As Bicicletas de Belleville” (2004), de Sylvain Chomet; as produções nacionais “A Volta em Minas” (2021), de Fernando Biagioni, “Elo Perdido – O Brasil que Pedala” (2019), de Renata Falzoni, “No Rastro das Cargueiras” (2020), de Carol Matias, “O Caminho das Nuvens” (2003), de Vicente Amorim, com Cláudia Abreu e Wagner Moura no elenco; e muito mais.

O longa brasileiro “O Caminho das Nuvens” (2003), de Vicente Amorim, com Cláudia Abreu e Wagner Moura no elenco. Foto: Divulgação

A programação completa de filmes e atividades, assim como o acesso à mostra on-line, pode ser conferida no site do evento.