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Por Mauro Utida / Mídia NINJA

Em coletiva com blogueiros e mídias alternativas, realizado na última terça-feira (17) no centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, o linguista, filósofo e ativista norte-americano Noam Chomsky, criticou os monopólios midiáticos no Brasil e América Latina, onde opiniões divergentes são ignoradas e proporcionam uma espécie de totalitarismo.

“A América Latina é conhecida por ser monopólio midiático da direita”, declarou.

Segundo ele, em países como os Estado Unidos ou Inglaterra situações parecidas seriam inviáveis. “Nos países centrais, uma situação como aqui seria impedida e os diretores destes jornais acabariam até presos”, disse.

Perguntado pelo jornalista Paulo Henrique Amorim como o ex-presidente não enfrentou a Rede Globo, ele disse que o governo de esquerda brasileiro não foi exceção, foi a regra. “A esquerda no Brasil foi surpreendentemente aberta a deixar a imprensa a funcionar como queria”, declarou.

 

Mídia alternativa

Em entrevista à Mídia NINJA, Chowsky afirmou que a mídia alternativa tem a oportunidade de mudar este panorama por não ser apoiada por grandes corporações e nem por governos de direita.

“O Brasil é um país livre o quer dizer que você tem a oportunidade de alcançar o público de muitas formas e não há nenhum limite para isso. Quero dizer, a mudança que os movimentos populares desenvolveram para mudar o país, e o mundo, foi muito bem sucedida e foi feito pela mídia alternativa, organização popular e o ativismo hacker”, disse.

Ele alertou que é preciso discutir mais a neutralidade das redes para evitar que a internet seja dominada pelas grandes corporações. “Políticas neste sentido estão sendo implementadas por (Donald) Trump e a tendência é aumentar se não houver uma organização populacional. Empresas como Google, por exemplo, tende a privilegiar grandes corporações”, alertou.

Eleições

Mesmo preocupado com os rumos da democracia no Brasil, Chomsky afirmou que o Brasil tem condições de voltar a ser governado por um partido de esquerda e reorganizar o bloco sul-americano. “Lula e Celso Amorim (Ex-ministro das Relações Exteriores), tornaram Brasil o país mais respeitado no mundo e conseguiram organizar o bloco sul-americano de uma forma nunca visto antes. Isso pode acontecer novamente”, afirmou o norte-americano que é crítico ao impedimento de Lula ser candidato.