Até o ano de 2050, o número de refugiados climáticos poderá atingir a marca alarmante de 216 milhões, aponta um relatório recente divulgado pelo Banco Mundial. Em todo o país, cerca de 708 mil brasileiros migraram devido a eventos climáticos extremos somente em 2022.

Essa projeção coloca em evidência uma crise iminente que demanda a atenção e ação imediata das autoridades e governos.

O fenômeno La Niña, pelo terceiro ano consecutivo, desempenhou um papel significativo nesses deslocamentos, reduzindo a temperatura das águas do oceano Pacífico e desencadeando eventos climáticos extremos.

No Brasil, os efeitos do La Niña foram particularmente evidentes.

Pernambuco e Minas Gerais testemunharam grandes ondas de deslocamentos, com 131 mil e 107 mil pessoas, respectivamente, sendo obrigadas a deixar suas residências devido a fortes chuvas.

As regiões mais afetadas por esses deslocamentos foram o Sul Asiático, a Ásia Oriental e a África Subsaariana, totalizando quase 30 milhões de migrantes, em sua maioria internos.

De acordo com o Relatório Mundial sobre Deslocamento, compilado pelo Internal Displacement Monitoring Center (IDMC), entre 32 e 34 milhões de pessoas foram forçadas a migrar em 2022 devido a desastres climáticos e eventos ambientais extremos.

Esse número supera aqueles que deixaram suas casas devido a conflitos armados ou violência, destacando a crescente urgência das questões climáticas.

Apesar da escala impressionante dessas migrações climáticas, ainda não existem números oficiais sobre seu impacto econômico global.

No entanto, Serge Rabier, sociodemógrafo da Agência Francesa de Desenvolvimento, estima que, apenas na região Ásia-Pacífico, o custo nos últimos dez anos tenha sido de US$ 800 bilhões.

Rabier destaca a falta de reconhecimento legal dos refugiados climáticos pela comunidade internacional, aumentando sua vulnerabilidade.