Vivência Caboca inclui passeio de barco, trilha pela floresta, degustação de chocolate e uma prosa especial com Izete dos Santos Costa

Que tal comer um bolo de cacau com doce de cupuaçu à beira do rio? (Reprodução/Instagram)

 

Da Estação das Docas, em Belém (PA), embarcamos rumo à Ilha do Combu, ponto turístico que da cidade, fica a 15 minutos de barco pelo rio Guamá. Nosso destino era a “casa do chocolate”, da Filha do Combu. A imersão cultural, chamada Vivência Caboca é colocada como experiência amazônica autêntica, com aprendizados sobre a floresta, a cadeia do cacau e do chocolate.

Então, o percurso prevê passeio de barco, trilha pela floresta, degustação de chocolate e uma prosa especial com Izete dos Santos Costa, a dona Nena, ocasião em que ela fala da sua história e das etapas de preparação do cacau e do chocolate. A segunda opção do pacote prevê ainda, almoço no restaurante Saldosa Maloca.

Cerca de 200 famílias vivem na ilha e dentre elas, a da famosa Dona Nena. Sua história do cacau vem com os pais. Mas hoje, mantem o negócio no terreno que era do falecido sogro, que aos oito anos chegou por lá. Ele que começou com o manejo do fruto.

A Filha do Combu fica na Área de Preservação Permanente da Ilha do Combu  (Reprodução/Instagram)

“E em 2006, através da associação Pará Orgânico a gente passou a não só colher os frutos e vender para atravessadores, como também, manipular o cacau em barra rústica, vendendo na feira orgânica, vendendo nibs, cacau em pó e logo passamos a investir nos brigadeiros. O resultado é que hoje temos uma linha de produtos refinados”, conta.

A seu lado estava a coordenadora da Comissão da Produção Orgânica do Estado do Pará, Ieda Rivera. Ela explica que Nena está vinculada a uma rede que recebe declaração do Ministério da Agricultura para fazer a venda direta para o consumidor. “A certificação participativa é mais viável para os pequenos agricultores, diferente da por auditoria, em que uma empresa é contratada”, explica.

Com esses estímulos, dona Nena foi buscando cada vez mais qualificação e depois de muitos cursos, tornou-se chocolatier, profissional especialista no processo de fabricação. “Nosso trabalho vem desde a floresta até o produto final. A gente agrega tudo que a floresta oferece para a gente”.

Secagem do cacau da safra 2022 e o que vem depois… (Reprodução/Instagram)

Então, o cacau é o carro-chefe, mas também há produção de açaí, por exemplo.

“O nosso cacau é todo entrelaçado com a floresta e outras espécies de cultivo, como o açaí, pupunha, cupuaçu, taperebá, andiroba, que tb extraímos o óleo. O cupuaçu vira doce, serve em cima de nossos bolos, a gente vende a compota, vai no recheio de bombom e a pupunha supre a necessidade da entressafra do açaí, então, quando falta o açaí a gente tem a pupunha”. Ela é vendida cozida, crua e o excedente vai para a feira do orgânico, o importante, é comercializar todos os produtos, de produtor para consumidor.

Se você for a Belém, a gente recomenda uma passagem na Ilha do Combu, como parada obrigatória na Filha do Combu. Para saber mais detalhes sobre opções e valores dos pacotes de passeio disponíveis, clique aqui.